O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, defendeu nesta quinta-feira que os investimentos na infraestrutura nacional saltem de um patamar atual de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 3,9% em 2016. Considerada por Godoy como "factível", a meta prevê que os investimentos nas áreas de transporte, energia elétrica, saneamento e telecomunicações sejam elevados de um patamar de cerca de R$ 100 bilhões ao ano para R$ 165 bilhões.
O incremento de mais de 60% em um horizonte de cinco anos precisaria ser sustentado principalmente em investimentos na área de transportes e saneamento. "Na área de transporte e logística, precisamos crescer 16% ao ano, em termos reais. E em saneamento, se quisermos deixar de passar vergonha nos rankings que nos comparam a outros países, precisamos elevar os investimentos para R$ 20 bilhões", afirmou o executivo, que participa nesta quinta-feira do fórum Brasil Competitivo, promovido pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Atualmente, o investimento em saneamento é inferior a R$ 8 bilhões por ano.
Quando considerado também os investimentos em petróleo e gás, a necessidade de aportes no Brasil sobe para 6% do PIB, ante patamar atual de 4,18% ao ano. "Achamos que essa seja uma meta factível", afirmou Godoy.
Godoy defendeu a isenção tributária aos investimentos e um maior estímulo ao modelo de concessões. De acordo com estudo elaborado pela Abdib, os investimentos do Brasil na área de infraestrutura somaram mais de R$ 1 trilhão entre 2003 e 2011, dos quais 60% referentes ao poder público e 40% à iniciativa privada. Além disso, ele destacou que o Brasil precisa focar não apenas projetos, mas sim bons projetos. "Temos algumas tarefas que passam por um bom planejamento e um bom projeto. Temos deficiência na elaboração de projetos em obras mais complexas", ponderou.