O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que os investimentos do governo avançaram do patamar de 0 8% do PIB em 2002 para 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. Segundo ele, tal avanço da aplicação de recursos pelo Poder Executivo para projetos de infraestrutura está relacionada com o novo modelo de desenvolvimento econômico adotado em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que focalizava maior crescimento da economia, e desenvolvimento social, com melhora da distribuição de renda.
De acordo com Barbosa, a carga tributária no Brasil está entre 35% e 36% do PIB, mas, para ele, estes números precisam ser vistos em perspectiva. "A receita primária do governo é de 19,8% do PIB e inclui transferências de renda para famílias, que subiram muito nos últimos dez anos", destacou.
Ele argumenta que a receita primária do governo, com transferências de renda, era de 17,9% do PIB em 2002. "Sem a transferência de renda, a receita primária do governo variou de 11,1% do PIB para 10,8% do PIB no período", destacou. Ele apontou que a transferência de renda às famílias subiu de 6,8% para 8,9% do PIB de 2002 para 2012. Ao mesmo tempo, ocorreu uma redução dos gastos com pessoal e encargos sociais pelo governo federal neste prazo, que variou de 4,8% para 4,2% do PIB. "É por isso que é preciso ver receitas e despesas juntas. Se não, surgem bobagens como o Impostômetro", comentou, referindo-se à iniciativa de alguns segmentos empresarias, que criaram uma espécie de relógio para indicar o aumento da arrecadação de impostos no Brasil por segundo. Ele fez os comentários ao participar do Fórum de Economia realizado pela Escola de Economia de São Paulo, da FGV (EESP-FGV), coordenado pelo professor Luiz Carlos Bresser Pereira.