A presença de novos itens alimentares como fatores de pressão sobre a inflação devem levar o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) a fechar o mês de setembro em alta de cerca de 0 50%. A previsão anterior da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feita há uma semana, era de avanço em torno de 0,40%. "Não espero recuo no comportamento dos itens que fizeram pressão até agora", disse o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti. O IPC-S acelerou de 0,44% para 0,49% da primeira para a segunda quadrissemana do mês.
No IPC-S divulgado nesta segunda-feira aparecem novos itens do grupo Alimentação como elementos de pressão de alta, a exemplo da cebola (+10,14% ante +2,80% na leitura anterior) e da batata-inglesa (22,95% ante 18,84%). "Com novos itens de alimentação subindo o índice de difusão aumenta", comenta Picchetti. O indicador de difusão, que representa o porcentual de preços de itens em alta do IPC-S, passou de 66,18% na leitura do dia 7 de setembro para 67,06% na segunda quadrissemana.
Picchetti explica que, nesta segunda quadrissemana de setembro, o IPC-S teve alívio dos preços de hortaliças e legumes. O tomate que subia 7,2% na primeira quadrissemana, desacelerou para 1 56%. A cenoura saiu de alta de 7,77% para um recuo de 0,43% no período. "Somente esses dois itens contribuíram para uma queda de 0,03 ponto porcentual no índice", diz.
A inflação mais baixa desses itens, no entanto, não foi suficiente para compensar outros, cujas altas levaram à aceleração de preços no IPC-S da segunda quadrissemana. Refeições em restaurantes, tarifa de eletricidade e automóvel novo foram responsáveis, juntos, por uma alta de 0,04 ponto porcentual no índice.