Os Estados Unidos apresentaram uma nova ação na Organização Mundial do Comércio (OMC), nesta segunda-feira, contra os subsídios que a China concede ao setor automotivo, enquanto o presidente Barack Obama, em plena campanha eleitoral, visita um estado industrial e busca rebater as críticas de seu rival republicano.
Obama, que nesta segunda-feira visita Ohio (nordeste), um estado-chave para as eleições de novembro e sede de grandes montadoras, acusou Romney de ser pioneiro em ajudar corporações a enviar empregos norte-americanos para fora das fronteiras.
"Uma pessoa não pode se revoltar contra a China quando a única coisa que fez foi enviar a ela nossos empregos", ressaltou Obama, em um duro ataque a seu rival republicano. "Não precisamos de pessoas que, durante a época eleitoral, de repente, se preocupam com as práticas comerciais, mas antes das eleições, levam vantagem de práticas comerciais injustas", disse.
Romney, que tem uma desvantagem estratégica em relação a Obama, que pode utilizar seu posto para adotar decisões como receitas eleitorais, condenou a decisão do presidente. "Os casos comerciais na época da campanha podem soar bem (...), mas é muito pouco, muito tarde para as empresas norte-americanas e as famílias de classe média", argumentou Mitt Romney. "A credibilidade do presidente Obama neste tema se desvaneceu há tempos", acrescentou.
"Eu não vou esperar até os últimos meses da minha presidência para fazer algo sobre a China", disse o candidato opositor, que já tinha prometido, na quinta-feira, que faria o país asiático "respeitar as regras", referindo-se em especial ao controle que a China exerce sobre o valor de sua moeda.
Os republicanos prometeram uma postura muito mais dura em relação às práticas comerciais chinesas caso vençam em novembro. O organismo do Comércio norte-americano (USTR) acusou, nesta segunda-feira, a China de conceder mais de 1 bilhão de dólares em subsídios a exportadores automotivos entre 2009 e 2011.
"O programa da China parece dar subsídios às exportações que são proibidos pelas regras da OMC, porque distorceram severamente o comércio", disse o USTR. "Os subsídios aportados são uma vantagem injusta para os fabricantes de automóveis e peças estabelecidos na China, que concorrem com os produtores nos Estados Unidos e outros países", acrescentou.
A equipe de Obama disse que estes subsídios afetam diretamente os trabalhadores das linhas de montagem em Ohio, Michigan e em toda a região central. A China recorreu nesta segunda-feira na OMC das "medidas compensatórias e antidumping" apresentadas pelos Estados Unidos contra seu programa exportador, que inclui produtos como papel, aço, pneus, ímãs, produtos químicos, utensílios de cozinha e de energia eólica.
Romney precisa ganhar no Estado de Ohio se quiser chegar à Casa Branca. As últimas pesquisas são muito desfavoráveis a ele e, de acordo com uma sondagem divulgada na quinta-feira pela NBC/Wall Street Journal, ele está seis pontos atrás de Obama na disputa eleitoral.