Os metalúrgicos de São José dos Campos (SP) intensificaram as mobilizações da campanha salarial nesta semana. Nesta terça-feira, quatro fábricas da região já tiveram a produção prejudicada por paralisações dos trabalhadores. Os trabalhadores da TI Automotive e da Emerson fazem greve por tempo indeterminado, enquanto a Sun Tech para por 24 horas e a Hubner ficou duas horas sem funcionar. Juntas, as quatro fábricas somam 1.200 trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação. A maioria das propostas recebidas até agora varia de 4,58% a 7,5% de reajuste total. Em assembleia no último sábado, os trabalhadores decidiram intensificar os protestos da categoria.
"Estamos tentando desde o meio do mês de agosto, em reuniões, negociações, e não chegamos a um acordo. Nossa data-base é em 1º de setembro, já estamos no dia 18", reclamou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Herbert Claros. "Eles (patrões) dizem que estão em crise. Não sei como uma fábrica está em crise e aumenta o ritmo de produção", completou.
Na segunda-feira, os trabalhadores da Wirex Cable, no município de Santa Branca, fizeram greve. Os metalúrgicos da fábrica rejeitaram a proposta de 7,5% de reajuste salarial e reivindicavam reajuste também no abono salarial. Os funcionários da Wirex Cable voltaram ao trabalho nesta terça-feira, diante da correção do vale alimentação (Visa-Vale) em 8,5% e da garantia de emprego aos trabalhadores até 30 de novembro. A empresa também abriu a discussão sobre a eleição de delegados sindicais.
O setor de trefilação, ao qual está ligada a Wirex Cable, ainda não fechou acordo salarial. A proposta do setor foi de 7% de aumento para empresas com até 50 empregados e 7,5% para empresas com mais de 50 empregados.
Grupo 2
Além das greves, a reunião entre representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região e a bancada patronal do grupo 2 (máquinas e eletrônicos) da manhã desta terça-feira terminou sem sucesso. O setor apresentou proposta de aumento salarial de 6,5%, ainda distante do pedido dos trabalhadores.
"Rejeitamos na mesa de negociação. Para nós é só um sinal de que o setor patronal não quer acordo. Se não quer acordo, vamos intensificar as greves", disse Claros, ao final da reunião. De acordo com ele, a partir de quarta-feira (19), as paralisações locais em fábricas de máquinas e eletrônicos serão intensificadas como forma de protesto. Na quarta-feira (19), o sindicato negocia com o setor de autopeças.