Pouco mais de três meses separam o comércio do Natal, data mais esperada do ano para as vendas. Sozinha, a comemoração responde por mais de um terço de todo o faturamento anual do varejo. Para garantir expansão de cerca de 20% das vendas estimada pela maioria dos lojistas é preciso reforçar o quadro de funcionários. Somente no Natal de 2011 foram abertas 147 mil vagas temporárias no Brasil, sendo mais de 8,5 mil em BH. Para preencher todas essas oportunidades, as seleções devem começar mais cedo este ano, diante da falta de mão de obra disponível.
A taxa de desemprego na Grande BH está entre as menores do país. Em julho, o índice fechou em 4,4% segundo a última Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perdendo apenas para Porto Alegre, onde a desocupação é de 3,8% . Não é por acaso que a seleção será antecipada em pelo menos um mês, segundo pesquisa de opinião da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) realizada com 300 lojistas da capital.
Enquanto no ano passado 67,2% dos entrevistados planejavam contratar somente em novembro, agora, o percentual para o mês caiu para 41,7%. Grande parte migrou o calendário de contratações para outubro. Em 2011, o período respondia por apenas 15,5% das intenções, percentual que este ano subiu para 52,1%. Dezembro, que antes concentrava 16,4% da preferência, soma meros 4,2% das expectativas de contratação.
A assessora de diretoria da Associação dos Lojistas do Minas Shopping, Cleonice Campos de Araújo, sabe bem o motivo para a corrida antecipada por esses profissionais. “Nem sequer as vagas efetivas são preenchidas. Hoje, são 52 em aberto desde março”, comenta. A intenção é recorrer aos universitários, que no ano passado foram o grande reforço do time de vendas. “Vamos até as faculdades fazer anúncios para atrair esses estudantes que, de férias, querem ganhar um dinheiro extra”, conta Cleonice que já estima a abertura de cerca de 200 vagas para o Natal somente no shopping, volume menor do que no ano passado, justamente pela falta de pessoal no mercado.
O comércio não contava, porém, com a greve das universidades federais, que vai atrasar o calendário de aulas e fatalmente comprometerá as férias de fim de ano – e a disponibilidade – dos alunos. A estudante de engenharia da UFMG Adriana Mendes Ferreira trabalhou como temporária em 2011 e pretendia repetir a dose este ano, mas mudou os planos. “A engenharia deve voltar às aulas só no final de setembro e não devemos ter férias em dezembro. Por isso, não acho que consiga trabalhar, apesar de querer muito”, lamenta. O mesmo cenário se repete entre os colegas.
Com expectativa de abrir 1 mil vagas para o período, o Grupo Selpe, especializado em recrutamento, já começa a fechar contratos para iniciar as contratações. “As empresas precisam de um prazo mais dilatado para seleção e quanto menor a disponibilidade de mão de obra, mais cedo elas têm começado a procura”, afirma o diretor do Grupo Selpe, Glaucus Botinha. Os principais cargos oferecidos são de vendedor, caixa, estoquista e operador de call center. Os salários variam entre R$ 800 e R$ 2 mil, de acordo com a função e o percentual de comissão. “Os contratos são de 45 a 60 dias, em média”, afirma Botinha.
Outras 1 mil pessoas devem ser selecionadas nas 400 lojas do BH Shopping, que também já começa os preparativos. “Hoje, temos 5 mil funcionários. Esse quadro aumenta em 20% para o Natal”, estima o superintendente do centro de compras, Durleno Rezende. No DiamondMall, o volume deve chegar a quase 600 temporários em todas as lojas. “A administração também contrata. A expectativa é de aumentar em 10% o quadro de 300 funcionários”, calcula a superintendente do shopping, Lívia Paolucci.
De porta em porta
Além de ficar atento aos sites de recrutamento, os interessados já podem distribuir os currículos diretamente nas lojas. “Já estamos captando. Nas seis lojas da rede devemos abrir 100 vagas”, estima o gerente da loja Taco System no BH Shopping, Bruno Ferreira de Souza. São poucas as que exigem experiência na área, boa oportunidade para quem está a procura do primeiro emprego.
Urgência é maior nos brinquedos
Com mais urgência que o restante do varejo, as lojas de brinquedos correm contra o tempo para contratar até o início de outubro, quando começam as vendas para o Dia das Crianças. Segundo o diretor comercial da B-Mart, Edson Salles, a dificuldade de recrutamento é grande, especialmente nas lojas mineiras. “No estado, a contratação está mais lenta que nos demais. Os temporários já estão começando a trabalhar”, afirma Salles.
A baixa taxa de desemprego na capital está entre as principais justificativas para a lentidão nas contratações. “Somado ao fato de que as pessoas não querem trabalhar no período da noite e nos fins de semana”, acrescenta. A PBKids também está em fase de contratação para preencher as 100 vagas que serão abertas no Brasil.
A disponibilidade está entre os principais requisitos para a contratação, juntamente com a facilidade de lidar com o público. As taxas de efetivação são altas e podem chegar a 40% no caso da B-Mart e do BH Shopping. “Em função até da escassez de mão de obra, os temporários acabam tendo muitas chances de serem contratados”, pondera a superintendente do DiamondMall, Lívia Paolucci.
Vendedor da loja Taco no BH Shopping, Bruno Coelho foi efetivado no Natal de 2010 e já galgou cargos mais elevados. “Hoje sou vendedor responsável, o que significa que tenho que ficar atento à organização da loja e, quando o gerente não está, assumo no lugar dele”, conta. Para ele, o trabalho temporário não deve ser encarado com desdém. “Eu entrei sabendo que ficaria desde o início. Para isso, é preciso mostrar agilidade porque é corrido”, alerta. (PT)
A taxa de desemprego na Grande BH está entre as menores do país. Em julho, o índice fechou em 4,4% segundo a última Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perdendo apenas para Porto Alegre, onde a desocupação é de 3,8% . Não é por acaso que a seleção será antecipada em pelo menos um mês, segundo pesquisa de opinião da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) realizada com 300 lojistas da capital.
Enquanto no ano passado 67,2% dos entrevistados planejavam contratar somente em novembro, agora, o percentual para o mês caiu para 41,7%. Grande parte migrou o calendário de contratações para outubro. Em 2011, o período respondia por apenas 15,5% das intenções, percentual que este ano subiu para 52,1%. Dezembro, que antes concentrava 16,4% da preferência, soma meros 4,2% das expectativas de contratação.
A assessora de diretoria da Associação dos Lojistas do Minas Shopping, Cleonice Campos de Araújo, sabe bem o motivo para a corrida antecipada por esses profissionais. “Nem sequer as vagas efetivas são preenchidas. Hoje, são 52 em aberto desde março”, comenta. A intenção é recorrer aos universitários, que no ano passado foram o grande reforço do time de vendas. “Vamos até as faculdades fazer anúncios para atrair esses estudantes que, de férias, querem ganhar um dinheiro extra”, conta Cleonice que já estima a abertura de cerca de 200 vagas para o Natal somente no shopping, volume menor do que no ano passado, justamente pela falta de pessoal no mercado.
O comércio não contava, porém, com a greve das universidades federais, que vai atrasar o calendário de aulas e fatalmente comprometerá as férias de fim de ano – e a disponibilidade – dos alunos. A estudante de engenharia da UFMG Adriana Mendes Ferreira trabalhou como temporária em 2011 e pretendia repetir a dose este ano, mas mudou os planos. “A engenharia deve voltar às aulas só no final de setembro e não devemos ter férias em dezembro. Por isso, não acho que consiga trabalhar, apesar de querer muito”, lamenta. O mesmo cenário se repete entre os colegas.
Com expectativa de abrir 1 mil vagas para o período, o Grupo Selpe, especializado em recrutamento, já começa a fechar contratos para iniciar as contratações. “As empresas precisam de um prazo mais dilatado para seleção e quanto menor a disponibilidade de mão de obra, mais cedo elas têm começado a procura”, afirma o diretor do Grupo Selpe, Glaucus Botinha. Os principais cargos oferecidos são de vendedor, caixa, estoquista e operador de call center. Os salários variam entre R$ 800 e R$ 2 mil, de acordo com a função e o percentual de comissão. “Os contratos são de 45 a 60 dias, em média”, afirma Botinha.
Outras 1 mil pessoas devem ser selecionadas nas 400 lojas do BH Shopping, que também já começa os preparativos. “Hoje, temos 5 mil funcionários. Esse quadro aumenta em 20% para o Natal”, estima o superintendente do centro de compras, Durleno Rezende. No DiamondMall, o volume deve chegar a quase 600 temporários em todas as lojas. “A administração também contrata. A expectativa é de aumentar em 10% o quadro de 300 funcionários”, calcula a superintendente do shopping, Lívia Paolucci.
De porta em porta
Além de ficar atento aos sites de recrutamento, os interessados já podem distribuir os currículos diretamente nas lojas. “Já estamos captando. Nas seis lojas da rede devemos abrir 100 vagas”, estima o gerente da loja Taco System no BH Shopping, Bruno Ferreira de Souza. São poucas as que exigem experiência na área, boa oportunidade para quem está a procura do primeiro emprego.
Urgência é maior nos brinquedos
Com mais urgência que o restante do varejo, as lojas de brinquedos correm contra o tempo para contratar até o início de outubro, quando começam as vendas para o Dia das Crianças. Segundo o diretor comercial da B-Mart, Edson Salles, a dificuldade de recrutamento é grande, especialmente nas lojas mineiras. “No estado, a contratação está mais lenta que nos demais. Os temporários já estão começando a trabalhar”, afirma Salles.
A baixa taxa de desemprego na capital está entre as principais justificativas para a lentidão nas contratações. “Somado ao fato de que as pessoas não querem trabalhar no período da noite e nos fins de semana”, acrescenta. A PBKids também está em fase de contratação para preencher as 100 vagas que serão abertas no Brasil.
A disponibilidade está entre os principais requisitos para a contratação, juntamente com a facilidade de lidar com o público. As taxas de efetivação são altas e podem chegar a 40% no caso da B-Mart e do BH Shopping. “Em função até da escassez de mão de obra, os temporários acabam tendo muitas chances de serem contratados”, pondera a superintendente do DiamondMall, Lívia Paolucci.
Vendedor da loja Taco no BH Shopping, Bruno Coelho foi efetivado no Natal de 2010 e já galgou cargos mais elevados. “Hoje sou vendedor responsável, o que significa que tenho que ficar atento à organização da loja e, quando o gerente não está, assumo no lugar dele”, conta. Para ele, o trabalho temporário não deve ser encarado com desdém. “Eu entrei sabendo que ficaria desde o início. Para isso, é preciso mostrar agilidade porque é corrido”, alerta. (PT)