O ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências Gustavo Loyola afirmou à Agência Estado que os comentários do ministro da Fazenda, Guido Mantega, feitos em Londres, de que há mais espaço para a queda da Selic "é uma regressão", ante a instituição do Comitê de Política Monetária (Copom), que é independente para decidir os caminhos da política monetária.
"Esses comentários levam as pessoas a duvidar da autonomia do Banco Central", apontou. "As afirmações podem constranger o Copom. Embora ele não faça parte dele, é o ministro da Fazenda e uma das principais autoridades econômicas do País", disse.
De acordo com Loyola, o cenário para a inflação não é confortável para quem busca levar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a meta de 4,5%. A Tendências estima que o indicador subirá 5,4% este ano, marca que será repetida em 2013. "Se a meta fosse de 4,5% a 6%, talvez a situação seria mais favorável", destacou.
A consultoria estima que o ciclo de redução da Selic, iniciado em 31 de agosto de 2011, foi encerrado na última reunião do Copom, e deverá ficar em 7,5% até o final do próximo ano.