A Espanha precisa sanear seu setor bancário antes de contar com a ajuda do Banco Central Europeu, afirmou neste sábado o membro da executiva do BC europeu, Joerg Asmussen. "Ainda estamos esperando por uma avaliação do que é preciso ser feito", afirmou Asmussen. "A bola está com a Espanha."
Os comentários de Asmussen ampliam o jogo entre a Espanha e as instituições que esperam proteger o país da pressão dos mercados de capital. O governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy continua sendo pressionado a pedir ajuda atrelada a um mínimo de restrições. Os comentários de Asmussen se somam a uma nova recusa a estes termos. "Não estamos sendo muito rigorosos. A Espanha de fato já fez muito, principalmente no mercado de trabalho onde as reformas foram amplas, mas o país ainda precisa fazer mais."
A autoridade europeia também advertiu que a zona do euro precisa encontrar uma solução para manter a Grécia no bloco comum, pelo menos enquanto ela se comprometer com os programas de reformas e ajustes. "Acho impressionante como as pessoas falam tão prontamente da saída de um país da zona do euro. Isso teria um custo para a Grécia e também para os países exportadores na zona do euro. Os efeitos negativos vão além da Grécia."
Ele argumentou que a política de "desvalorização interna", trazida pelos cortes nos salários e preços, "está começando a funcionar pelo menos no setor privado", o que torna o país mais competitivo.
Asmussen também advertiu o Reino Unido que as autoridades monetárias europeias não estão dispostas a fazer concessões em seus esforços de criar uma supervisão bancária para a região. "Não acredito que seja possível, após a crise que começou no setor bancário, que mesmo um único país tenha a opção de ficar de fora no que diz respeito à regulamentação financeira", afirmou ele.
O Reino Unido é um entre os vários países fora da zona do euro que não concorda com o novo projeto da União Europeia de centralizar a supervisão bancária em um grupo único dentro do BCE. O novo plano ameaça os direitos existentes de bancos domiciliados em qualquer parte da União Europeia de operarem livremente dentro de seu mercado único.