Em defesa de reajuste salarial, bancários e carteiros continuam de braços cruzados em Belo Horizonte e algumas regiões do estado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Sintect-MG), mais de 900 trabalhadores já aderiram ao movimento grevista. Nesta manhã, a categoria promoveu uma manifestação em Brasília para pressionar os envolvidos nas negociações salariais em meio ao novo encontro promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que as partes envolvidas apresentem documentos e alegações, que resultará na marcação de audiência extraordinária para julgar o dissídio. “Hoje não haverá negociações e voltamos a nos reunir em assembleia nesta terça-feira para definir os rumos do movimento aqui no estado, disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Minas Gerais, Irani Fernandes.
A audiência de conciliação do dissídio coletivo de greve entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) está programada para às 14h desta terça-feira. A reunião deve acontecer na sede do Tribunal, em Brasília, e será conduzida pela relatora do processo, ministra Kátia Arruda.
De acordo com o diretor de comunicação do sindicato no Rio de Janeiro, Marcus Santaguida, a proposta apresentada pela relatora do caso, a ministra do TST, Kátia Arruda, agradou as principais entidades representativas da categoria no país, mas foi recusada pelos Correios.
“A categoria aprovou o reajuste de 5,2%, reposição de 8,84% do vale alimentação, além da manutenção de outros benefícios, mas a empresa não aceitou. Se a ECT acatar o que foi decidido, a greve pode terminar amanhã mesmo”, destacou o sindicalista.
Na semana passada, uma audiência reuniu as duas partes, mas não houve consenso. A falta de entendimento entre a estatal e os trabalhadores motivou o início da greve no último dia 19. Para minimizar os prejuízos à população, os Correios promoveram neste final de semana um mutirão com objetivo de agilizar a entrega de cartas e encomendas no país.
Bancos
Nos bancos da Grande BH, a greve fechou 73% das agências da Caixa Econômica Federal, 73% das agências do Banco do Brasil e 114 agências de bancos privados na última sexta-feira. No Brasil, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a adesão à greve cresceu e 9.092 agências estavam fechadas, conforme o último balanço. Na quinta eram 8.527 agências.
Para a tarde desta segunda-feira, está agendada uma assembleia para avaliar o movimento e definir os rumos da greve. Segundo o sindicato, desde o início da greve, na segunda-feira, não houve avanços nas negociações e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) segue “em silêncio”, sem novas propostas. Ao todo, a categoria reúne cerca de 500 mil funcionários no país.
Procon orienta sobre greves
Muitos consumidores têm tido dúvidas em relação ao pagamento de contas. De acordo com o Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, um dos primeiros passos do cliente é entrar em contato com a agência onde mantém sua conta para saber se ela aderiu à paralisação. Em caso afirmativo, o consumidor pode pagar suas contas pelo telefone, pela internet ou pelos caixas eletrônicos.
O Procon ressalta a importância de se imprimir os documentos que comprovem a transação ou de anotar o número do protocolo se a quitação for feita pelo telefone. Se essas alternativas não forem possíveis, o consumidor deve entrar em contato com o fornecedor para saber se existem outras maneiras de quitar o débito ou se a data de vencimento não pode ser prorrogada. O Procon lembra que outra opção é fazer o pagamento diretamente na empresa.
As contas de serviços públicos como água, luz e telefone podem ser pagas em casas lotéricas e em alguns supermercados. Conforme o Procon, é responsabilidade do fornecedor viabilizar meios para o pagamento. Caso não disponibilize, não poderá impor ao cliente qualquer penalidade pelo atraso no pagamento, como multa e juros. Se forem cobrados juros e multa indevidos, o consumidor deve fazer sua reclamação no Procon municipal e no Banco Central, pelo telefone 0800-9792345. (Com Agência Brasil)