A greve dos bancários, que se prolonga pela segunda semana no Rio de Janeiro, deve ser intensificada como forma de sensibilizar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) a abrir negociação com a categoria. A informação foi dada hoje (24) pelo presidente do Sindicato dos Bancários da capital fluminense, Almir Aguiar.
O sindicalista disse ainda que as atividades do movimento grevista na rede bancária da Baixada Fluminense também estão fortalecidas. Ele destacou que, ao todo, 1.146 agências bancárias estão paralisadas no estado do Rio. Das 1.072 agências localizadas na capital, 50% estão com suas atividades paradas, totalizando 540 agências.
“A tendência é que, esta semana, sejam intensificadas as atividades no núcleo. No Rio de Janeiro, o atendimento não está funcionando nos caixas eletrônicos, somente, pois a ideia não é prejudicar a população. Mas o número de agências vem aumentado em termos de paralisações”, disse.
Segundo Aguiar, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão com seu atendimento ao público 100% funcionando. Ele disse que, apesar disso, o movimento grevista em bancos privados vem aumentando na região central da capital. O sindicalista avaliou que a tendência é que, no decorrer da semana, a greve se estenda a outros bairros da capital fluminense.
Ainda de acordo com Aguiar, na última sexta feira (21), o comando nacional dos bancários se reuniu em São Paulo e encaminhou um ofício à Fenaban informando que a categoria estava disposta a negociar. No entanto, segundo ele, a federação não atendeu à solicitação, bem como não justificou o motivo pelo qual não marcou a reunião com a categoria.
“Não tem nenhuma negociação marcada. A Fenaban ignorou o ofício e não nos chamou para a negociação. Existe uma dificuldade muito forte com a Fenaban nos sentido de nós ampliarmos os nossos direitos e atingir as nossas reivindicações”, avaliou o dirigente sindical.
A Fenaban informou, em nota, que o órgão apresentou uma proposta de reajuste salarial de 6% aos bancários, no dia 28 do mês passado, aguardando um posicionamento por parte das lideranças sindicais. Na nota, a federação alega que os itens que poderiam ser ajustados não foram apresentados pelos bancários, para avaliação. No entanto, a entidade dos bancos não informou o motivo por que não se reuniu com a categoria na sexta-feira (21).
“A Fenaban continua aguardando uma posição [dos bancários]. A federação reitera que confia no diálogo, porque somente [com] a aproximação das expectativas na mesa de negociações é possível alcançar os entendimentos necessários ao fechamento do acordo e renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários”, conclui a nota.
Entre as reivindicações da categoria estão reajuste de 10,25%, ou seja, um aumento real de 5%, piso salarial de R$2.416,38 e participação de lucros de três salários mais R$ 4.916,25 fixos. Os bancários pedem ainda reajustes sobre benefícios, como o vale-alimentação.