O mercado brasileiro de tablets atingiu a marca de 606 mil aparelhos vendidos no segundo trimestre, o que representou uma alta de 275% sobre o mesmo período do ano passado, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira pela consultoria IDC Brasil. Até o final deste ano, a venda destes aparelhos deve atingir a marca de 2,6 milhões de unidades, projeta a consultoria.
A expectativa é de que em 2013 as vendas de tablets mais do que dobrem em relação a este ano, com a comercialização de 5,4 milhões de aparelhos. O grande indutor desse aumento é a redução dos preços, com vários modelos à venda no mercado com valores abaixo de R$ 1 mil. "O sucesso da categoria atraiu novos fabricantes, principalmente originados da China e com uma especificação técnica limitada", afirma Attila Belavary, analista de mercado da IDC Brasil. Atualmente, metade dos aparelhos comercializados tem tamanho de tela de 7 polegadas e, deste total, apenas 20% possuem conectividade 3G embarcada no dispositivo.
"Na hora da compra, a sensibilidade de preço do consumidor brasileiro é o principal responsável pelo aumento das vendas de tablets com tamanhos de tela menores e sem a conectividade 3G", destacou. Aparelhos como o iPad, da Apple, o Galaxy, da Samsung, e o Ypy, da Positivo, por outro lado, encontram-se na faixa maior de preços, mas com recursos tecnológicos superiores.
Em comparação ao primeiro trimestre deste ano, as vendas destes aparelhos também praticamente dobraram. Entre janeiro e março, os brasileiros compraram 370 mil tablets, alta de 351% sobre o mesmo período de 2011. Em todo o ano passado, foram vendidos 800 mil tablets. Essa popularização já colocou o Brasil como o 11º maior mercado neste segundo trimestre, ante a 17ª colocação do mesmo intervalo de 2011. Com a manutenção do atual ritmo de crescimento, o Brasil já deve ficar entre os dez maiores mercados deste aparelho até o final deste ano, projeta a IDC.
O avanço dos tablets acontece no momento em que as vendas de computadores desaceleram no País. No segundo trimestre deste ano as vendas de computadores de mesa (desktops) e notebooks avançaram apenas 2%, frente à uma estimativa inicial de crescimento de 7%, de acordo com a consultoria.
Além da desaceleração da atividade econômica, que impactou o desempenho do setor de computadores no primeiro semestre, a própria competição com os tablets e os smartphones, na preferência dos consumidores, pois já desempenham funções semelhantes, contribuiu para as vendas menores de Pcs. Mesmo assim, a consultoria diz acreditar na existência de um mercado em potencial para os mais diversos tipos de dispositivos, sejam eles os desktops, notebooks, ou tablets. Por minuto, são vendidos no Brasil cinco tablets, onze desktops e 17 notebooks, estima a IDC.
"Os tablets são a preferência para tarefas voltadas ao consumo de conteúdo, como navegação na internet ou acesso a vídeos, livros e músicas. Cada produto é melhor para uma determinada função e o usuário dividirá o seu tempo de utilização entre todos eles", explica Belavary. Em países onde o mercado de computadores é mais maduro, existe uma maior adoção de tablets, acrescenta o analista. No Brasil são vendidos quatro notebooks para cada tablet, enquanto nos Estados Unidos para cada um notebook comercializa-se um tablet.