O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a Espanha deve "desacelerar" o ritmo de ajuste de suas finanças públicas, disse nesta segunda-feira a diretora-gerente Christine Lagarde, ao mesmo tempo em que recordou que o país não está sob a ajuda financeira do Fundo.
"Isso deve ser feito quando for necessário e possível", disse Lagarde durante discurso em Washington. "Esta é certamente uma posição que apoiamos no caso de Portugal e da Espanha", completou.
Com fortes dificuldades financeiras, a Espanha tem se negado a pedir ajuda internacional e anunciou em julho um drástico plano para economizar 65 bilhões de euros até o final de 2014, incluindo o aumento do IVA para reduzir seu déficit fiscal a menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em julho, o FMI qualificou o plano como "um passo na direção correta". Falando de maneira mais genérica sobre os planos de austeridade dos países da Zona Euro que recebem assistência do FMI (Irlanda, Grécia e Portugal), Lagarde disse que estes planos devem ser aplicados "da maneira mais cautelosa e flexível possível".
A diretora do Fundo pediu para que o governo espanhol se concentrasse mais nas "medidas" políticas que nos "objetivos quantitativos", em especial em termos de redução de déficit. "Há circunstâncias econômicas nas quais as metas não são viáveis", disse Lagarde.
O FMI já expressou seu apoio a uma prorrogação do prazo concedido à Grécia, em virtude de suas grandes dificuldades, para reduzir seu déficit a 2,1% do PBI, frente a 7,3% previstos para 2012. Atenas se encontra atualmente em negociações com os organismos internacionais (Comissão Europeia, FMI e Banco Central Europeu) para instrumentar um plano de cortes de 11,5 bilhões de euros, condição básica para o recebimento de um novo lote de ajuda.