Brasília – A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) iniciou ontem uma auditoria na Trip Linhas Aéreas para apurar "indícios de irregularidades" que o próprio órgão regulador encontrou durante pelo menos três procedimentos de pouso realizados pelas aeronaves da companhia em agosto. Com base nos dados apurados pela fiscalização motivados por uma denúncia anônima, a Anac abriu processo administrativo para investigar operações sem autorização e que trazem riscos à segurança dos seus passageiros.
Dentro de um longo rito previsto pelo regulamento da agência, todas as informações colhidas até agora terão de ser conferidas em novas inspeções sem localização prévia para manter o fator surpresa. Sem querer dar detalhes sobre a gravidade dos mesmos “indícios de irregularidades” que viu na sexta maior companhia do setor, a diretoria do órgão apenas acrescentou que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) foi sobreavisado dos fatos para poder "tomar providências", como "responsável pelo controle do tráfego aéreo".
Nos últimos dias circularam informações de que a Anac fora notificada sobre o uso de uma técnica de pouso de "alto risco", confirmada após uma verificação in loco feita nos aeroportos de Juiz de Fora, na Zona da Mata, Criciúma (SC) e Joinville (SC). A infração nesses respectivos voos estaria registrada em documento da agência com data de 27 de agosto.
A evidência desse problema teria sido ainda reforçada por anotações de pilotos da Trip sobre as alturas mínimas para pouso com o uso da técnica de aproximação por instrumentos em 15 aeroportos onde o procedimento é proibido pelo Decea.
Investigação
A Trip, que tem sede em Campinas (SP) e está em processo de fusão com a Azul, informou por meio de nota que dará "total cooperação" à investigação da Anac. "A companhia está colaborando para que a Anac e demais autoridades aeronáuticas trabalhem com absoluto rigor e total transparência para fazer da aviação brasileira uma atividade cada vez mais segura", prometeu.
Em relação às suspeitas de negligência com a segurança operacional, a empresa ressaltou que atendeu todas as recomendações feitas anteriormente pela agência, de modificações referentes aos procedimentos de aproximação irregulares, conhecidos como RNAV Approach. "A Trip sempre se pautou, ao longo de mais de 14 anos de atividade, pela seriedade com a segurança em suas operações, refletida nos elevados índices de segurança operacional alcançados", acrescentou.
A Anac cobrou, contudo, a adoção imediata de medidas preventivas para garantir operações seguras. Neste sentido, a agência avisou que os trabalhos de suas equipes de fiscalização serão realizados nos locais que julgar necessário. O relatório final sobre os indícios só serão divulgados ao fim do processo administrativo. Enquanto isso, eventuais acidentes podem ser uma confirmação mais rápida dos riscos apontados pela própria agência.
Fusão com a Azul
As companhias aéreas Azul e Trip assinaram um acordo de associação em 28 de maio e vêm realizando mudanças de comando e estudos sobre compartilhamento de atividades. Se sua união for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), elas passarão a atuar sob a holding Azul Trip S/A. A nova companhia aérea será a terceira maior do mercado brasileiro e vai operar com cerca de 800 voos diários, com 99 destinos e 249 localidades atendidas.
Dentro de um longo rito previsto pelo regulamento da agência, todas as informações colhidas até agora terão de ser conferidas em novas inspeções sem localização prévia para manter o fator surpresa. Sem querer dar detalhes sobre a gravidade dos mesmos “indícios de irregularidades” que viu na sexta maior companhia do setor, a diretoria do órgão apenas acrescentou que o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) foi sobreavisado dos fatos para poder "tomar providências", como "responsável pelo controle do tráfego aéreo".
Nos últimos dias circularam informações de que a Anac fora notificada sobre o uso de uma técnica de pouso de "alto risco", confirmada após uma verificação in loco feita nos aeroportos de Juiz de Fora, na Zona da Mata, Criciúma (SC) e Joinville (SC). A infração nesses respectivos voos estaria registrada em documento da agência com data de 27 de agosto.
A evidência desse problema teria sido ainda reforçada por anotações de pilotos da Trip sobre as alturas mínimas para pouso com o uso da técnica de aproximação por instrumentos em 15 aeroportos onde o procedimento é proibido pelo Decea.
Investigação
A Trip, que tem sede em Campinas (SP) e está em processo de fusão com a Azul, informou por meio de nota que dará "total cooperação" à investigação da Anac. "A companhia está colaborando para que a Anac e demais autoridades aeronáuticas trabalhem com absoluto rigor e total transparência para fazer da aviação brasileira uma atividade cada vez mais segura", prometeu.
Em relação às suspeitas de negligência com a segurança operacional, a empresa ressaltou que atendeu todas as recomendações feitas anteriormente pela agência, de modificações referentes aos procedimentos de aproximação irregulares, conhecidos como RNAV Approach. "A Trip sempre se pautou, ao longo de mais de 14 anos de atividade, pela seriedade com a segurança em suas operações, refletida nos elevados índices de segurança operacional alcançados", acrescentou.
A Anac cobrou, contudo, a adoção imediata de medidas preventivas para garantir operações seguras. Neste sentido, a agência avisou que os trabalhos de suas equipes de fiscalização serão realizados nos locais que julgar necessário. O relatório final sobre os indícios só serão divulgados ao fim do processo administrativo. Enquanto isso, eventuais acidentes podem ser uma confirmação mais rápida dos riscos apontados pela própria agência.
Fusão com a Azul
As companhias aéreas Azul e Trip assinaram um acordo de associação em 28 de maio e vêm realizando mudanças de comando e estudos sobre compartilhamento de atividades. Se sua união for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), elas passarão a atuar sob a holding Azul Trip S/A. A nova companhia aérea será a terceira maior do mercado brasileiro e vai operar com cerca de 800 voos diários, com 99 destinos e 249 localidades atendidas.