O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel disse nesta terça-feira que a previsão para o crédito em relação ao PIB neste ano feita pela instituição a cada três meses está mantida em 52%. Em relação a agosto, ele afirmou que o crescimento do estoque de crédito foi disseminado, tanto no livre quanto no direcionado.
"O direcionado teve crescimento um pouco mais intenso, puxado pelo habitacional. Mas o crédito livre também cresceu, tanto para pessoa física quanto para jurídica, em um ambiente de queda de juros", afirmou.
Maciel disse ainda que o BC avalia que "a taxa de juros tem caído de forma expressiva e continua caindo".
Segundo Maciel, a redução das taxas de juros praticada pelas instituições financeiras brasileiras tem gerado um aumento das renegociações das dívidas vigentes. "Não temos esses dados, mas temos indícios de que a renegociação tem ocorrido de forma relevante, principalmente de fevereiro para cá", afirmou.
Maciel comentou que, apesar de estável, a taxa de inadimplência em 5,9% ao ano para aquisição de veículos segue alta. O patamar é o mais elevado desde novembro de 2009, quando estava em 8% ao ano. A boa notícia, segundo ele, é que o volume de atrasos de 15 a 90 dias, vistos como um dado de inadimplência, mostra declínio depois de atingir ápice em abril. De acordo com dados do BC, os atrasos nesse período caíram em agosto pelo quarto mês consecutivo e agora estão em 7,7%.
Segundo o diretor do BC, a inadimplência desse setor reflete operações efetuadas em outros períodos, não são contemporâneas. No segundo semestre de 2010, conforme lembrou, as operações de empréstimo para aquisição de automóveis tinham como característica prazos longos de financiamento. "Portanto, é um processo gradual (de desaceleração). O ápice em veículos ocorreu em maio e a expectativa é de melhora."