O dólar abriu em ligeira alta ante o real nesta sexta-feira, mas depois passou a registrar queda, em dia de formação de Ptax e com foco no desenrolar da crise na Europa, especialmente aos testes de estresse nos bancos espanhóis. A Ptax, no entanto, deve mexer pouco nos negócios com câmbio, após a briga pelo preço da taxa ter sido neutralizada com a atuação do Banco Central via leilões de swap reverso.
Por volta das 9h25, o contrato futuro do dólar para outubro caía 0,05%, a R$ 2,0290. No mercado de balcão, o dólar à vista abriu em ligeira alta de 0,05%, a R$ 2,032, na máxima. Instantes após, inverteu o sinal e caía 0,15%, a R$ 2,028, na mínima.
Tudo indica que o dólar encerrará setembro praticamente estável em relação à moeda brasileira. A mão firme do BC com leilões de swap reverso assegurou uma oscilação em uma faixa estreita, de R$ 2,02 a R$ 2,05 na maior parte do tempo no período.
Outubro, no entanto, pode trazer um pouco mais de emoção ao mercado cambial brasileiro. "Há uma expectativa de mais ingresso de dólares e com isso a moeda pode cair mais para perto de R$ 2,030, levando o Banco Central a voltar a atuar com novos leilões de swap reverso ou mesmo a Fazenda pode anunciar alguma medida, como aumento do IOF", avalia um operador de câmbio de um grande banco nacional, que pediu para não ser identificado.
O governo já deixou bem claro que irá atuar diante de qualquer pressão maior da moeda americana. O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, reforçou isso em entrevista nesta quinta-feira (27). Ele disse ainda que o BC tem intenção de seguir comprando dólares para acumular reservas internacionais, caso haja uma "boa oportunidade".
Para o dia, porém, as atenções estão voltadas para os resultados dos testes de estresse dos bancos espanhóis, que saem às 13h. Há muita expectativa em saber se o país conseguirá sair do atoleiro econômico em que se encontra sem ajuda financeira. O ministro de Finanças da Espanha, Luis de Guindos, disse na quinta-feira (27) que o governo ainda está decidindo se vai ou não pedir para ser socorrido pela União Europeia. "É um problema que está além da capacidade de decisão dos países envolvidos, porque afeta o euro. Nós estamos em contato com todas as partes e decidiremos em conformidade com isso", afirmou.
Na também problemática Grécia, o país tenta ajustar suas contas para cumprir as exigências de seus credores e chegou nesta quinta-feira (27) a um acordo para um pacote de austeridade de 13,5 bilhões de euros (US$ 17,4 bilhões), que incluem cortes de gastos e aumento de impostos.
Às 9h25, o euro subia a US$ 1,2920, de US$ 1,2913 no fim da tarde de quinta. O dólar subia a 77,61 ienes, de 77,60 ienes no fim da tarde de ontem. A moeda americana também tinha alguma força ante as moedas correlacionadas com commodities, com alta de 0,26% ante o dólar australiano e +0,11% ante o dólar canadense.