O secretário executivo adjunto da Cepal, Antonio Prado, destacou hoje que o Banco Central (BC) não abandonou o papel de controle da inflação ao estimular ao crescimento da economia com a redução da taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 7,5%, após processo de cortes iniciado em agosto do ano passado.
Segundo ele, apesar de o BC estar mais flexível na condução da política monetária, com reduções na Selic, e mesmo com a inflação acima do centro da meta (4,5%), a alta dos preços ainda permanece abaixo do teto, estipulado em 6,5%. A projeção do BC é que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 5,2%, este ano.
Para Antonio Prado, a preocupação com o crescimento econômico é fundamental. Além disso, é um esforço não somente do Brasil, mas de vários países da América Latina, manter, mesmo em momentos de crise, as taxas de desemprego baixas e o crescimento real dos salários, principalmente do salário mínimo. Ele defende que esses objetivos devem estar sob o enfoque da política macroeconômica do país. “No caso do Brasil, faz muitos anos que o crescimento está vinculado ao crescimento doméstico. É o mercado interno que dá dinâmica de crescimento”, acrescentou.
Prado citou ainda alguns ajustes na economia brasileira, como o dólar mais alto, que favorece as exportações brasileiras e a mudança nas regras de remuneração da poupança, que permitiu a redução de taxas de juros. O secretário da Cepal destacou que a dívida líquida do setor público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) está abaixo de 40%.
Antonio Prado participou, hoje, da divulgação do relatório Estudo Econômico da América Latina e do Caribe, em Santiago (Chile), com transmissão por meio de videoconferência no escritório da Cepal, em Brasília.