Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) fecharam em queda nesta terça-feira, após uma sessão volátil. Segundo investidores, a falta de notícias macroeconômicas importantes e a expectativa com o relatório sobre o mercado de trabalho, que será divulgado pelo governo dos Estados Unidos na sexta-feira, deixaram o petróleo sem direção. No final desta tarde, devem sair dados sobre estoques.
O contrato de petróleo para novembro caiu US$ 0,59 (0,64%) e terminou a US$ 91,89 o barril. Na plataforma eletrônica ICE, o petróleo do tipo Brent para novembro perdeu US$ 0,62 (0,55%), finalizando a US$ 111,57.
Sem indicadores macroeconômicos na agenda, o petróleo foi pressionado pelas incertezas sobre um possível pedido de resgate da Espanha. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, afirmou mais cedo que um pedido de resgate internacional não é "iminente", desmentindo uma informação divulgada pela agência Reuters na véspera, de que o pedido poderia ser feito no fim de semana. Além disso, com os investidores chineses fora do mercado em função de um feriado de uma semana no país, os volumes de negociação estão baixos, o que favorece oscilações bruscas.
Em contrapartida, o petróleo recebeu certo suporte da queda do dólar. Como é denominado na moeda norte-americana, o petróleo se torna mais barato para compradores que usam outras moedas quando o dólar se enfraquece.
De acordo com analistas, os investidores evitaram fazer grandes apostas, antes da divulgação dos dados sobre estoques semanais do American Petroleum Institute (API), que saem às 17h30 (horário de Brasília). Na quinta-feira, é a vez do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do governo norte-americano liberar seus dados sobre estoques. Analistas ouvidos pela Dow Jones esperam uma alta de 1,7 milhão de barris.
Um fator que pode impulsionar o petróleo nos próximos dias são as tensões geopolíticas. Segundo uma matéria divulgada pelo Financial Times, o Reino Unido, com apoio de França e Alemanha, quer aumentar as sanções contra o Irã e planeja apresentar um plano nesse sentido durante uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia no dia 13 de outubro.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, admitiu pela primeira vez nesta terça-feira que as vendas de petróleo do país recuaram em função das sanções internacionais.