O mercado de câmbio doméstico abriu com o dólar à vista estável e o contrato futuro de novembro de 2012 em ligeira baixa, acompanhando as discretas perdas da moeda norte americana no exterior. Os investidores em moedas estão em compasso de espera pelo relatório de emprego nos EUA, que será divulgado na sexta-feira (05). A possibilidade de um eventual pedido de resgate financeiro pela Espanha também deixa os mercados na defensiva. Por isso, as moedas podem exibir discreta volatilidade nesta sessão.
O dólar à vista no balcão abriu nesta quinta-feira a R$ 2,0220, estável em relação ao fechamento anterior. Na BM&FBovespa, o contrato de dólar com vencimento em 1º de novembro abriu a R$ 2,0315, com ligeira queda de 0,03% e na máxima até o momento. A mínima foi de R$ 2,0285, baixa de 0,17%. Às 9h40, o dólar novembro recuava 0,12%, a R$ 2,0295.
A expectativa de operadores de câmbio é de que o dólar continue oscilando entre margens estreitas, dentro da faixa de R$ 2,02 nos negócios à vista e entre R$ 2,02/R$ 2,03 no contrato futuro de novembro de 2012. Segundo um operador de um banco, uma eventual pressão de baixa mais forte deve ser contida pelo próprio mercado, que costuma acionar ordens de compra quando os preços ameaçam cair abaixo desses níveis. O sentimento predominante é o de que a fiscalização permanente do Banco Central deve seguir limitando o espaço de baixa da moeda norte-americana.
No mercado externo, o euro sobe ante o dólar, mas seu ganho é moderado após as decisões de manutenção de juros pelo Banco da Inglaterra (BOE) e pelo Banco Central Europeu (BCE). O BCE manteve a taxa básica de juros em 0,75%, mantendo os custos de empréstimos em mínimas históricas, à medida que a zona do euro provavelmente se dirige para uma recessão. O Banco da Inglaterra (BOE) também deixou a taxa básica de juros inalterada em 0,50% assim como seu programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras, conforme o esperado.
Em entrevista nesta quinta-feira, o presidente do BCE, Mario Draghi, reafirmou que a instituição age "independentemente" e que o euro é irreversível. Ele disse que a economia da zona do euro vai se recuperar apenas muito gradualmente e alertou que a compra de bônus não ocorrerá enquanto programa de país estiver sob revisão. Às 9h30, o euro ampliava a alta a US$ 1,2981, de US$ 1,2905 no fim da tarde de quarta-feira (03).
Entre as moedas "commodities", o destaque é a valorização da rupia indiana, que atravessou a barreira de 52 rupias indianas por um dólar na abertura do mercado nesta quinta-feira, o maior nível desde 20 de abril. Este ajuste reflete expectativas de que o governo da Índia deve anunciar medidas adicionais para impulsionar o crescimento econômico. O Gabinete Federal da Índia agendou uma reunião no final do dia para considerar a permissão de maior grau de investimento estrangeiro no setor de seguros, além da abertura do setor de pensões aos investidores estrangeiros, de acordo com a agenda do encontro.
A rupia indiana ganhou mais de 4% desde 14 de setembro, quando o governo aumentou os preços do diesel, e permitiu uma maior participação estrangeira nos setores de varejo, aviação e comunicações. Essas medidas visavam reduzir o déficit fiscal, impulsionando o crescimento, com a restauração da confiança em uma economia que corre o risco de perder seu status de grau de investimento.
Às 9h40, o dólar norte-americano recuava 0,93% diante a rupia indiana; caía 0,04% ante o dólar australiano; recuava 0,13% em relação ao dólar canadense; e perdia 0,17% ante o dólar neozelandês.