As negociações entre Grécia e inspetores da troica - formada por Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) - fizeram progresso neste sábado, mas ainda não se chegou a nenhum acordo e as conversas serão retomadas na próxima semana, revelaram duas autoridades sênior do Ministério de Finanças.
Os inspetores deixarão Atenas neste domingo para participar de uma reunião de ministros de Finanças da zona do euro em Luxemburgo na segunda-feira, acrescentaram as fontes. "Houve progresso em todas as frentes, fiscal e estrutural", disse uma delas a repórteres depois de mais de três horas de conversações na capital grega. "O trabalho continuará na próxima semana."
A Grécia negocia com a troica desde o começo de setembro um plano de austeridade de dois anos no valor de 13,5 bilhões de euros (US$ 17,6 bilhões). Os inspetores contestam alguns elementos do programa e querem que a Grécia faça mais cortes de gastos do que o governo grego planeja no ano que vem.
Um acordo sobre tais medidas de austeridade, bem como outras reformas estruturais, são a precondição para que a Grécia receba a próxima tranche de ajuda prometida por credores europeus e internacionais sob os termos do último resgate de 173 bilhões de euros.
Mas, enquanto as negociações se arrastam, ultrapassando o prazo do início do mês, a esperança de garantir a ajuda até a cúpula da UE em 18 de outubro - quando os líderes europeus devem assinar mais uma parcela do resgate - agora parece vaga.
Apesar disso, uma segunda autoridade do Ministério de Finanças disse que a Grécia espera que os representantes de assuntos monetários do FMI, do BCE e da Comissão Europeia - que estarão presentes na reunião de segunda-feira - darão uma avaliação positiva sobre as conversas até agora. "Tem havido um bom progresso e uma convergência de visões", afirmou. "O que tentaremos na reunião do Eurogrupo é um comunicado positivo...um comunicado de que foi feito progresso."
Diante de uma possível crise de liquidez até o fim de novembro, o governo grego quer garantir que a próxima tranche de 31 bilhões de euros, apesar dos atrasos, chegue a tempo e antes do país ficar sem dinheiro. "Nós não fechamos um acordo ainda, mas estamos chegando perto", disse a autoridade. "Nós esperamos que a parcela seja desembolsada em novembro."
As informações são da Dow Jones.