A Norte Energia, empresa responsável pelas obras e pela operação da Usina de Belo Monte, confirmou que índios e não índios ocupam, desde ontem (8), a área da ensecadeira (pequena barragem provisória), que fica na Ilha Marciana, próximo a uma das frentes da obra, em Pimental, no Pará. Por questões de segurança, as atividades foram paralisadas no local pelo Consórcio Constritor Belo Monte (CCBM).
Durante a ocupação, os manifestantes tomaram uma ambulância, um ônibus e os postos de vigilância, segundo a Norte Energia. Segundo a empresa, um motorista que trabalha para o CCBM foi ferido e alguns operários, mantidos reféns e liberados horas depois. Cerca de 80 pessoas participaram da ocupação, iniciada por volta das 19 horas dessa segunda-feira.
A empresa acrescenta que há, no local, vários participantes de movimentos sociais, e afirma que “a ação vem sendo anunciada no dia 7 de outubro em blogs e nas redes sociais”.
De acordo com a Amazon Watch, organização não governamental norte-americana contrária à obra, há 120 manifestantes no local. Entre eles, índios das etnias Xipaya, Kuruaia, Parakanã, Arara do Rio Iriri, Juruna, e Assurini. Eles reivindicam o cumprimento de condicionantes já acordadas com a Norte Energia. A empresa, no entanto, nega ter recebido “qualquer justificativa” para a invasão.
A Norte Energia informou ainda que ingressará na comarca de Altamira com ação visando a reintegração de posse do canteiro ocupado.