O economista José Roberto Afonso disse nesta terça-feira no seminário "Como avançar na agenda da tributação", organizado pelo Grupo Estado, que quando se fala em reforma tributária é preciso derrubar alguns mitos como o de que Estados e municípios não deixam as mudanças serem feitas. Segundo ele, já não há mais o que se extinguir de impostos estaduais e municipais.
Afonso diz que o ICMS tem se tornado um imposto decadente e obsoleto e representa apenas 20% da carga tributária. "Quando se olha a estrutura do Confaz dá para entender o porquê de a arrecadação da Receita Federal crescer e a do ICMS encolher" disse o economista. Ele critica a redução do IPI para alguns setores da economia, dizendo que hoje o imposto arrecada muito pouco, quase igual ao Confins. "Por isso que eles (governo) tiram o IPI", criticou.
O economista compara a estrutura tributária a um prédio torto que só não cai porque "Deus não deixa ou ele é tributarista". Sobre a desoneração da folha de pagamento, o economista diz que ela é contraditória porque a Previdência está trocando alíquota por tributação em cima do faturamento bruto. Antes, de acordo com o economista, a tributação era feita sobre o faturamento líquido.