Com investimento inicial de R$ 100 mil e aportes mensais que chegam à casa dos R$ 20 mil em aprimoramento do produto, a start up Engarte foi lançada em maio com a proposta de ser uma plataforma de crowdsourcing capaz de aproximar empresas e profissionais de engenharia. Funciona mais ou menos assim: os escritórios colocam projetos no ar em busca de profissionais que estejam interessados e aptos a executá-los. A Engarte se responsabiliza por disparar a demanda para toda a base de dados, atualmente com 2 mil engenheiros cadastrados em todo o Brasil, a maior parte nas áreas civil, mecânica e elétrica.
Os engenheiros que tiverem disponibilidade podem encaminhar propostas de orçamento para avaliação da empresa. Fechado o negócio, a Engarte se torna um escritório virtual no qual a empresa pode acompanhar o desenvolvimento do projeto passo a passo. “Há possibilidade de compartilhamento de tela, garantindo a capacidade de gerenciamento do projeto de qualquer lugar do mundo”, explica Alan Meira, fundador do site. Finalizado o processo, tanto engenheiros quanto a empresa podem avaliar o desempenho do trabalho, no melhor sistema de ranqueamento, semelhante ao que já acontece em sites de consumo colaborativo e em outras plataformas, como o Mercado Livre.
A grande motivação para a ideia surgiu da forte carência por engenheiros, principalmente no mercado de construção civil. “A demanda de projetos vem aumentando muito, mas os escritórios não têm condições de absorver todos eles, diante da falta de profissionais. A Engarte nada mais é que a terceirização do serviço associado ao gerenciamento”, explica Meira. A grande vantagem da ferramenta está na capilaridade. “Permite que as empresas aumentem a capacidade técnica de maneira praticamente instantânea com a disponibilidade de pessoal no Brasil inteiro, não sendo obrigado a se limitar à praça de atuação”, acrescenta Meira.
A empresa garante segurança da informação, além da qualidade e a real execução do serviço com a promessa de devolução do dinheiro se houver insatisfação. O modelo de negócio inclui cobrança de um percentual sobre o valor do projeto, que pode variar entre 5% e 15%, de acordo com o plano de serviços contratado pela empresa. “Trabalhamos com planos empresariais que garantem algumas ferramentas extras como prioridade na contratação de profissionais, recursos de gestão com compartilhamento de tela e custo menor de comissão. A mensalidade é de R$ 89,90”, explica Meira.
EXPONENCIAL Atualmente, 50 empresas e 2 mil projetistas estão inscritos na plataforma, números que devem crescer exponencialmente, segundo expectativas da empresa. “Queremos chegar ao final do ano com cerca de 200 empresas cadastradas. Nossa taxa de crescimento de profissionais inscritos, hoje, é de 50 a 100 por dia, com média de 70”, calcula Meira. Com um valor médio de R$ 1,5 mil por projeto, a empresa estima chegar a um faturamento da ordem de R$ 2 milhões até o fim de 2013.
O estudante de engenharia Alexandre Souza viu na Engarte uma oportunidade de começar a rechear o currículo. “Achei um projeto compatível com a minha área, de prevenção e combate a incêndio, e me cadastrei. Em duas semanas já havia entregado o trabalho”, conta. E não são apenas brasileiros que se habilitam. “Interessados de outros países, especialmente Portugal, também estão se inscrevendo. Já contamos com mais de 20 portugueses cadastrados”, afirma Meira.
CANTEIRO DE OBRAS
Confira o perfil do mercado de ngenharia no Brasil
Número de engenheiros
Mulheres 125.724
Homens 841.950
Total 967.674
Por área
Civil 185.233 19,1%
Técnico em
eletrotécnica 88.595 9,1%
Agrônomo 80.975 8,4%
Eletricista 78.581 8,1%
Técnico em
eletrônica 71.595 7,4%
Mecânico 67.058 6,9%
Outros 41%
Média de idade
Homens 40 anos
Mulheres 36 anos
Média geral 39 anos
Fonte: Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea)