(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pagamento do 13° e redução do IPI favorecem venda de móveis

Como o fim de ano pede casa bonita e mobília nova, fabricantes e lojistas da área de decoração esperam alta de 7% nos negócios


postado em 14/10/2012 06:00 / atualizado em 14/10/2012 07:13

Lídia Moraes, da Luciana Móveis, está otimista: facilidade de pagamento atrai a clientela da nova classe média(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Lídia Moraes, da Luciana Móveis, está otimista: facilidade de pagamento atrai a clientela da nova classe média (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Diante da proximidade do pagamento do décimo terceiro salário e da prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para painéis de madeira e outros insumos, o varejo moveleiro em Minas Gerais entra no chamado trimestre de ouro com expectativa de fechar as vendas de outubro a dezembro com alta de 7% em relação ao mesmo período de 2011. Pode até parecer um percentual pequeno, mas vale lembrar que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer menos de 2% em 2012.

“Os últimos três meses do ano são o principal período de vendas para o setor. Por isso, o chamamos de trimestre de ouro, pois é a época em que as famílias mais trocam a mobília do lar”, diz José Oscar Silva Pinto, diretor do conselho de ética da Associação dos Lojistas e Representantes de Móveis de Minas Gerais (Alormov-MG). O percentual de aumento nas vendas só não será maior, acredita o executivo, em razão do custo com o frete, que representa aproximadamente 7% do preço do móvel e deve subir um ponto percentual até o fim do ano, segundo especialistas.

“A maior parte de nosso transporte ainda é rodoviário. A partir do momento em que tivermos ferrovias ligando os principais polos, haverá uma queda veemente no custo com o frete. O governo federal está preocupado com isso. Tanto que há um projeto para construir uma ferrovia entre BH e Salvador. O Brasil tem que investir também em hidrovias, que é o modal mais barato”, sugere José Oscar.

Fabricantes e revendedores do setor defendem maior atenção do poder público, pois a indústria e o comércio de móveis são responsáveis por movimentar boa cifra da economia doméstica. Neste ano, segundo estimativa do Instituto Data Popular, os gastos dos brasileiros com mobília devem atingir R$ 44 bilhões. Desse volume, R$ 21,7 bilhões devem ser desembolsados pela chamada nova classe média. Em relação a 2011, essa camada da população deve gastar 11,9% a mais.

Na loja Luciana Móveis, por exemplo, essa classe representa quase 70% das vendas. E mais: devido às facilidades de pagamento, com possibilidade de parcelar as compras em até 12 vezes, eles acabam se tornando clientes preferenciais até mesmo em relação às classes mais ricas, que apesar de comprar à vista sempre “choram” descontos. “A partir da segunda quinzena deste mês, as vendas alavancam. Acredito que teremos aumento de 30% no comparativo com o ano passado”, afirma a empresária Lídia Lima Moraes, proprietária da Luciana Móveis. Ela ressalta que os clientes das classes D e E também têm aproveitado o parcelamento para comprar produtos antes inatingíveis.

“A classe emergente é que está alavancando o nosso lucro”, confirma o comerciante Lúcio Carneiro, dono da Capri Móveis, que funciona há 14 anos na Avenida Silviano Brandão, na Região Leste da cidade e principal corredor moveleiro de Belo Horizonte. Ele estima que as vendas em sua empresa, especializada em mobília residencial, devam crescer 8% ao longo do ano. E ressalta: “O percentual só não é maior em razão do custo com o frete”.

Para Carneiro, o governo precisa acelerar o pacote de investimento nas estradas, pois, acredita, asfalto de boa qualidade ajuda na redução do frete, uma vez que o transportador terá menos gasto com a manutenção da frota. “Compro móveis de fabricantes de Carmo do Cajuru, a 130 quilômetros de BH, e o custo com o frete fica em torno de 6% do valor do móvel”, reclama.

FRÁGIL O vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga de Minas Gerais (Fetcemg), Ulisses Martins, esclarece que a mobília é uma carga que exige cuidado específico: “Móveis ocupam muito espaço nos caminhões, têm fragilidade relativa, exigem maior proteção e empilhamento. São recomendadas viagens com rotas mais longas para evitar a movimentação da carga, que não pode ser parada em centros de distribuição ou ser sujeita a troca de caminhões. Também é necessário um tipo de proteção especial dentro do caminhão, como embalagem de fábrica própria, o que agrega um custo ao serviço”.

Ele acrescenta ainda que “o somatório desses eventos faz com que o custo do frete, no geral, chegue nessa faixa de 7% do valor do móvel. Há pouco tempo, girava em torno de 8%. A redução foi acarretada pelo uso de veículos maiores. Antes, eram usados caminhões de sete metros para esse tipo de carga. Hoje, caminhões de nove metros e até de 11 metros fazem esse transporte”. Porém, ele prevê aumento nos próximos meses: “As mudanças na legislação, como a que recentemente regulamentou a profissão de motorista, devem impactar no transporte de móveis. Até o fim do ano, deve ocorrer um aumento de pelo menos um ponto percentual no valor do serviço”.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)