A lateralidade das taxas dos contratos futuros de juros, verificada ao final da segunda-feira (15), deve se repetir no início do pregão desta terça-feira, com os investidores não encontrando razões para alterar a visão em relação ao cenário de manutenção traçado para a taxa Selic por um longo período de tempo. A despeito da agenda econômica carregada nos Estados Unidos, as atenções seguem voltadas para o ambiente doméstico e eventuais declarações de autoridades do Banco Central, em evento a ser realizado na capital paulista nesta terça-feira, serão monitoradas.
Pouco depois das 9 horas, na BM&FBovespa, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,05%, de 7,09% no ajuste de segunda-feira (15); a taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 marcava 7,46%, nivelado ao ajuste da véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 indicava 8,79%, de 8,78% no ajuste e o DI de janeiro de 2012 apontava 9,45%, de 9,46% no ajuste.
Para um operador da mesa de renda fixa de uma corretora paulista, a curva futura de juros não tem por que se mover, ao menos na abertura dos negócios desta terça-feira, em meio à clareza do recado dado pelo BC no comunicado que acompanhou a última decisão de política monetária, de Selic estável pelo máximo de tempo possível.
O economista-chefe da Planner Prosper Corretora diz, em relatório distribuído nesta terça-feira, que não vislumbra espaço de ajuste das taxas nos contratos futuros mais curtos, pelo menos antes da divulgação da ata do Copom, na quinta-feira (18). "O mercado já está bem precificado na manutenção da taxa básica de juros em 7,25% na próxima reunião de política monetária, em novembro", avalia.
Até por isso, o profissional citado mais acima, que falou sob a condição de não ser identificado, chama a atenção para um evento que contará com a participação de autoridades monetárias. Apesar de a pauta ser o lançamento de uma plataforma de negociação eletrônica do Selic pelo BC, em parceria com a Anbima, a presença do diretor de política monetária do BC, Aldo Mendes, no local, acompanhando do chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto do BC, João Henrique de Paula Freitas, gera expectativa. "É um momento propício para os jornalistas e agentes financeiros questionarem sobre a condução da política monetária", avalia.
Por isso, o operador coloca em segunda plano a bateria de dados econômicos previstos para o dia nos EUA. A começar pela inflação ao consumidor em setembro, que sai logo mais, às 9h30. Na sequência, será anunciado o fluxo líquido de capitais de e para o país em agosto.
Às 10h15, é a vez do indicador mais importante do dia, sobre a produção industrial norte-americana em setembro. A previsão é de alta de 0,2%, com estabilidade na taxa de utilização da capacidade instalada. Para a equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, pode haver ligeira abertura na curva mais longa, no caso de uma leitura positiva desse dado.
Ainda nos EUA, às 11 horas, sai o índice de confiança das construtoras de casas em outubro. Além disso, a safra de balanços trimestrais ganha força, com a publicação dos resultados financeiros de peso-pesados como Goldman Sachs, Coca-Cola, IBM e Intel, entre outras.
Aqui no Brasil, a agenda econômica está mais fraca e traz como único destaque o índice de nível de emprego da indústria paulista, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) perdeu força na segunda leitura do mês e subiu 0,62%, de +0,64% na quadrissemana anterior. A conta de telefone celular e o aluguel pressionaram o índice, no período.