As decisões tomadas pelos líderes da Europa para solucionar o cenário de crise na zona do euro não devem ser subestimadas, de acordo com o secretário-geral adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o belga Yves Leterme. "Eu não subestimaria as decisões que serão tomadas pelos líderes europeus nos próximos dois anos. Podemos dizer que eles já tomaram decisões importantes, e eu não subestimaria também o impacto disso", declarou, durante o Simpósio Econômico Global 2012, no Rio.
Resolver a questão da dívida europeia é prioridade para a OCDE. Entretanto, Leterme reconhece que as negociações podem ser "meio frustrantes", em meio a tantos interesses diferentes e trâmites burocráticos, como a aprovação de medidas em determinados parlamentos. "Os líderes estão tentando enfrentar os problemas. Mas essa questão está relacionada à Europa da forma que foi desenvolvida. É preciso seguir inúmeros tratados", afirmou.
O comissário para Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da União Europeia (UE), Lászlo Andor, concorda que os líderes e Estados do bloco estão organizados de forma legal e com base em tratados. Porém, Andor defende mais urgência na busca pelos pilares que possam fazer com que a aliança monetária seja sustentável e legítima. "Não conseguimos reconstruir a confiança dos mercados financeiros e perdemos a de alguns cidadãos. Então, precisamos reconstruir a confiança", afirmou.
Provocado sobre se a Alemanha deveria ceder um pouco na exigência de corte de gastos dos países endividados, ele concordou. "A Alemanha e outros países precisam avançar mais rapidamente no que se faz necessário para alcançar uma consolidação", disse ele, para quem é necessária a cooperação do norte e ajustes no sul da Europa para que a UE saia da crise. "Precisamos de ambos. Os dois lados precisam estar juntos para fortalecer as estruturas", acrescentou.