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Estado de Minas

Calote do consumidor deve continuar em queda até o fim do ano

Indicador confirma tendência de regularização das dívidas e barateamento do crédito deve garantir condições vantajosas


postado em 17/10/2012 06:00 / atualizado em 17/10/2012 07:19

Os sucessivos cortes da Selic e o acirramento da concorrência entre os bancos iniciado em abril – que fez o custo do cartão de crédito cair pela primeira vez em 33 meses – devem manter a inadimplência em trajetória de queda até o início do ano que vem. Essa é a avaliação do Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor, que permite antecipar em seis meses o comportamento das taxas de maus pagadores. O resultado de agosto frente a julho revela queda de 1,5% no índice de inadimplência até fevereiro, décima queda mensal consecutiva.

“O repique de alta costuma acontecer em março, puxado pelas contas do início do ano. Mas não ocorrerá obrigatoriamente. Apesar da sazonalidade, houve anos em que não subiu, como 2010”, antecipa o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. Segundo o especialista, a conjuntura econômica colabora para o cenário positivo que começou a ser traçado em junho, quando as retrações foram iniciadas.

Segundo avaliação do especialista, o barateamento do crédito permitiu condições mais vantajosas de negociação das dívidas, contribuindo para que mais pessoas deixassem de figurar na lista de devedores. “O 13º salário que é injetado na economia entre novembro e dezembro certamente ajudará”, afirma Almeida ao lembrar que a primeira parcela costuma ter destino certo: a quitação dos débitos em atraso.

Somado a isso, os ganhos salariais acima da inflação nos acordos coletivos e o maior rigor por parte das instituições financeiras nos processos de análises e concessões de crédito, ajudaram a compor o cenário favorável para redução dos níveis de inadimplência dos consumidores. A tendência é de que essa retração gradual dos calotes crie um ciclo virtuoso na economia. “Contribuirá para uma redução dos spreads bancários não apenas neste ano, mas garantirá um horizonte prolongado de juros menores para a economia”, avalia Almeida.

Isso porque a inadimplência responde por 29% da composição do spread – diferença entre a taxa de captação e taxa de empréstimo praticada pela instituições financeira. “Tirando a margem líquida do banco, é o principal componente do custo do crédito”, pondera Almeida. Com calote menor, a oferta de crédito deverá ser ampliada, garantindo injeção de recursos para que os consumidores retomem as compras e imprimam ainda mais ânimo à indústria.

Empresas

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência das Empresas também caiu 1,5% no mês de agosto sobre julho. A normalização dos níveis de inadimplência dos consumidores, o processo de reaquecimento da atividade econômica iniciado na virada do semestre e os menores custos financeiros provocados pelos cortes da Selic irão contribuir para a manutenção do cenário nos próximos meses.

Mutirão para negociar dívidas

Última campanha de recuperação da CDL teve grande procura, o que provocou filas na porta do órgão, em BH(foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS - 22/11/10)
Última campanha de recuperação da CDL teve grande procura, o que provocou filas na porta do órgão, em BH (foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS - 22/11/10)
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) garante ajuda extra para regularizar o nome de milhares de consumidores da capital. A instituição já marcou para a última semana de novembro a tradicional semana de recuperação de crédito realizada há mais de uma década. A intenção é contribuir para a queda da taxa de inadimplência em BH que, ao contrário do Brasil, reluta em cair. Dados de setembro mostram que a taxa de mau pagadores na capital mineira avançou 13,87% na comparação com agosto, a maior alta do ano.

“Temos aqui um cenário de vendas maior e uma das menores taxas de desemprego do país. Com isso, os consumidores vão mais às compras, comportamento que traz consigo um percentual de inadimplência mais elevado”, pondera o economista da CDL/BH, Fernando Sasso. O movimento de barateamento do crédito está entre os grandes propulsores do evento deste ano que permite a negociação dos valores devidos a custo reduzido.

A campanha começa no dia 26 de novembro e segue até o dia 30 de novembro, na sede da CDL/BH, na Avenida João Pinheiro, 495. As empresas que participarão do mutirão ainda estão sendo definidas. “Grandes redes varejistas, instituições financeiras e operadoras de telefonia estão entre as interessadas e costumam participar”, antecipa Sasso. Na última edição, realizada em 2010, os descontos para quitar as dívidas chegaram a 55% e mais de 10 mil pessoas tiveram as contas regularizadas. (PT)


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