A criação de 150.334 vagas com carteira assinada em setembro, apesar de ser a mais baixa para o mês desde 2001, foi considerada positiva pelo diretor do departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Rodolfo Torelly. "Em relação ao cenário mundial, o resultado de setembro ainda foi positivo", comparou.
Segundo ele, todos os indicadores econômicos e expectativas para essas variáveis têm mostrado desaceleração. Como exemplo, ele citou o Produto Interno Bruto (PIB). "Todos os indicadores estão refletindo isso e o mercado de trabalho reflete a economia", considerou.
Torelly informou que o saldo de geração de vagas em setembro foi a pior para o mês desde 2001. Os dados apresentados no primeiro momento pela Pasta indicavam que o saldo era o pior para o mês desde 2003, mas Torelly atualizou a série histórica. Naquele ano o resultado de setembro foi de 80.028. Em 2003, o saldo desse mês ficou em 167.312. Esses dados apresentados pelo MTE consideram os números sem ajuste, ou seja, sem incluir as informações do mercado de trabalho formal enviadas pelas empresas fora do prazo.
Destaques em setembro
O diretor do departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Rodolfo Torelly, afirmou que o destaque da geração de vagas em setembro foi da indústria. De acordo com dados do Caged, a indústria de transformação registrou um saldo líquido - já descontadas as demissões do período - de 66.191 postos.
Na segunda posição ficou o setor de serviços, com a geração de 55.221 vagas, seguido por comércio (35.919) e construção civil (10.175). Apenas a agricultura registrou maior quantidade de demissões do que de contratações. Segundo o Caged, o saldo ficou negativo em 19.014 postos em setembro. De acordo com Torelly, o resultado reflete a sazonalidade do setor. Ele destacou que, apesar de negativo, o saldo ficou menor do que o de setembro do ano passado, quando houve perdas de 20.874 vagas.
Projeções outubro
Para outubro, a projeção de Torelly é que a geração de vagas formais deva ficar próxima da média para o mês, de 140 mil postos de trabalho.
Apesar de não ter cravado uma estimativa para o saldo divulgado nesta quarta-feira, Torelly admitiu que estava mais otimista para a geração de empregos em setembro, que tem como média um saldo de 219 mil vagas. "Não houve surpresa este mês, apesar da nossa esperança", disse.
Na divulgação anterior, ele simplesmente havia projetado que o saldo ficaria maior do que o de agosto (100.938 postos), considerando que historicamente, o resultado de setembro é sempre maior do que o do mês anterior.