Os dentistas engrossam o movimento dos médicos e suspendem consultas dos pacientes dos planos na próxima quinta-feira. A categoria afirma que considera baixo o valor pago pelos procedimentos realizados.
O presidente do Sindicato dos Odontólogos de Minas Gerais, Luciano Eloi Santos, afirmou durante audiência pública na Câmara dos Deputados dessa quarta-feira que as operadoras pagam, em média, apenas 10% do valor de mercado pelos procedimentos realizados pelos dentistas. “O convênio sub-remunera esse profissional”, disse Santos. “A consulta, que deveria ser aproximadamente R$ 80, no mínimo, se paga às vezes 10, 8, 18 [reais].”
O chefe da Assessoria Jurídica do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo, Dagoberto Lima, representou as operadoras de planos odontológicos na audiência. Ele afirmou que a paralisação nacional, prevista para 25 de outubro, é ilegal. Lima disse que o Sindicato das Empresas de Odontologia de Grupo tem participado de negociações com o objetivo de encontrar fórmulas para melhorar a relação das operadoras com médicos e dentistas.
Médicos
O protesto que está fechando os consultórios médicos em Minas, pode terminar hoje ou se estender até o dia 22 de outubro. A assembleia para definir os rumos do movimento está marcada para às 19h desta quinta-feira.
O boicote aos planos de saúde começou no último dia 10. Segundo o presidente da Associação Médica, Lincoln Lopes Ferreira, apenas o grupo Unidas, que representa as instituições de autogestão, agendou encontro para discutir a política de reajustes.
Cerca de 90 mil consultas em Belo Horizonte já foram canceladas. Segundo a Associação Médica de Minas (AMMG), a adesão ao movimento variou entre 70% a 80% na capital. Sem especificar nomes, a AMMG apontou que em alguns hospitais de Belo Horizonte 100% das cirurgias eletivas (agendadas) foram adiadas.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regulamenta o setor, informa que os usuários devem ter o atendimento garantido pelas operadoras. Caso contrário, as denúncias devem ser feitas por meio do site www.ans.gov.br ou por meio do disque denúncia: 0800- 701-9656.