O problema da escassez de gasolina em postos do Rio Grande do Sul deve estar resolvido até a próxima segunda-feira (22), segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Estado, Adão Oliveira. Ele calcula que 38 postos de Porto Alegre não têm o combustível para venda. A Capital tem 276 postos e no Estado são 3.131, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Oliveira contou que um navio já descarregou petróleo no duto que leva a matéria-prima até a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), e outro está reabastecendo a Refap nesta sexta-feira. Por isso, ele estima que na próxima semana a gasolina estará nas distribuidoras. A Refap informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a situação estará normalizada na próxima semana, sem especificar, no entanto, o dia.
A refinaria diminuiu significativamente a produção de combustíveis na última semana porque os navios que levam petróleo ao Estado foram impedidos de se conectar aos dutos devido às condições climáticas adversas em Tramandaí, no litoral gaúcho. A fila de espera para atracar teria chegado a seis navios e os estoques de reserva, em Osório, também teriam acabado, consequência da dificuldade de reabastecimento. Não há relatos de falta de outros derivados de petróleo até o momento.
A Refap tem capacidade de 30 mil metros cúbicos de petróleo por dia e produz, além de gasolina, nafta e outros derivados para o Polo Petroquímico de Triunfo, querosene de aviação, diesel e solventes.
A Agência Estado apurou que a impossibilidade de descarga de petróleo por causa das condições adversas do mar é frequente, mas pela primeira vez foi percebida pelo consumidor porque houve um aumento expressivo no consumo de gasolina nos últimos anos. A refinaria, que chegou a exportar gasolina por não ter tanques em número suficiente para armazenar sua produção, hoje opera no limite para atender o mercado interno.
A Refap é responsável por garantir 80% do combustível consumido no Estado. No acumulado do ano, até agosto, a refinaria produziu 1,297 milhão de metros cúbicos do combustível, 9,1% a mais do que no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da ANP.