Os contratos futuros de petróleo negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex) encerraram em forte queda nesta sexta-feira, pressionados pela alta do dólar, pela decepção com a cúpula da União Europeia e por dados desanimadores da China.
O contrato de petróleo para novembro perdeu US$ 2,05 (2,23%), fechando a US$ 90,05 o barril, o menor nível desde 8 de outubro. Na semana, o contrato acumulou perda de 1,97%. Na plataforma eletrônica ICE, o barril do petróleo do tipo Brent para dezembro recuou US$ 2,28 (2,03%), terminando a US$ 110,14. No acumulado da semana, o Brent teve retração de 3,91%.
A falta de um acordo entre os líderes europeus para a implementação de um supervisor bancário conjunto na zona do euro - que abriria caminho para a recapitalização dos bancos pelo Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) - prejudicou o humor dos investidores.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, descartou a possibilidade de os bancos da Espanha serem capazes de pedir, retroativamente, uma recapitalização direta pelo ESM. "Não haverá uma recapitalização bancária direta retroativa para os bancos da Espanha. Quando a recapitalização direta for possível, então vai se aplicar somente para futuras necessidades dos bancos", disse a premiê ao fim da reunião de cúpula de dois dias da UE, realizada em Bruxelas.
Esse cenário pesou sobre o euro, causando a valorização do dólar, que é prejudicial para o petróleo. Como é denominada na moeda norte-americana, a commodity se torna mais cara para investidores que usam outras moedas quando o dólar se fortalece.
Além disso, a situação da China preocupa. O investimento estrangeiro direto (IED) no país alcançou US$ 8,43 bilhões em setembro. O valor foi 6,8% menor na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o Ministério do Comércio.
Os preços do petróleo foram puxados para baixo também pela forte queda da gasolina nos últimos dias. O contrato de gasolina reformulada (RBOB) para novembro perdeu US$ 1,8% neste pregão, fechando a US$ 2,6963 o galão, o menor nível desde 2 de julho. Nas últimas sete sessões, a gasolina acumula perda de 8,9%.
"Há uma falta geral de confiança. Hoje o petróleo acompanhou a queda nos mercados de ações. Parece que ele está se ligando novamente ao mercado mais amplo", comenta Gene McGillian, corretor e analista da Tradition Energy. As informações são da Dow Jones.