A Apple apresentou nesta terça-feira uma versão menor e mais barata de seu popular tablet, batizado "iPad mini", uma ação considerada defensiva frente aos produtos de preços mais acessíveis vendidos por concorrentes como a Amazon e a Google.
"Este não é apenas um iPad reduzido, é uma concepção inteiramente nova", afirmou Philip Schiller, diretor de marketing mundial da Apple, durante um evento organizado pela empresa em San José, Califórnia (oeste).
A tela do aparelho foi reduzida para 7,9 polegadas (20,1 centímetros), contra 9,7 polegadas (24,6 centímetros) para o iPad clássico.
A pré-venda será iniciada a partir de sexta-feira, e o aparelho começará a ser comercializado em 2 de novembro em 34 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, França, Suíça e Bélgica.
O preço para os Estados Unidos será de 329 dólares para um modelo de 16 gigabytes de memória e com conexão wi-fi. Mas o valor poderá chegar a 659 dólares para um modelo de 64 gigas, com conexão também para telefonia móvel. Os iPad mini com esse tipo de conexão chegarão às lojas algumas semanas depois dos outros.
O iPad tradicional custa 499 dólares, o que será também o caso de sua nova versão, também apresentada nesta terça-feira. A Apple continuará a vender seu iPad 2, lançado no ano passado a preços a partir de 399 dólares.
A ação do grupo caía 2,32%, a 618,82 dólares, às 19h15 GMT (17h15 de Brasília).
"Muito alardeadas, as apresentações não estiveram à altura" sem "nada de impactante",disse Trip Chowdhry, analista da Global Equity Market, que prevê "uma recepção medíocre por parte dos consumidores".
Já para Jeff Kagan, analista especializado em novas tecnologias, "o iPad mini se parece com uma outra grande 'success story' para a Apple". Mas "ele deverá ao mesmo tempo canibalizar (uma parte das vendas do iPad clássico) e abrir novas oportunidades para a Apple", ressaltou.
Outros especialistas já previram que o iPad mini pode atrapalhar o avanço de seu irmão mais velho, que abocanhou 17 das 25 milhões de vendas de tablets no mundo no segundo trimestre.
Mas isto poderá contribuir para aquecer o mercado dos pequenos tablets, que deve duplicar este ano para atingir 34 milhões de unidades, e chegando já em 2013 a 67 milhões, segundo estimativas do instituto de pesquisas IHS iSuppli.
Na "defensiva"
A Apple abriu o mercado de tablets em 2010 com seu primeiro iPad. Ele vendeu seu exemplar de número 100 milhões "há duas semanas", comemorou nesta terça-feira seu diretor geral, Tim Cook. "Nós vendemos mais iPads no trimestre terminado em junho do que qualquer fabricante de PC em toda a sua linha" de produtos, afirmou.
No mercado dos pequenos tablets, no entanto, "a Apple está um pouco atrasada", indica o analista Rob Enderle, da firma californiana Enderle Group, considerando que a empresa da maçã não tinha escolha. "A realidade é que os tablets menores parecem ser muito mais populares porque eles são menos caros e mais fáceis de levar", ressaltou.
A Apple adota uma estratégia "defensiva", considera Roger Kay, consultor da Endpoint Technologies Associates. "A Apple não iria chegar lá se os outros não o tivessem feito".
A Amazon havia indicado em agosto a conquista de 22% do mercado americano de tablets com seu primeiro Kindle Fire, de tela de 7 polegadas (18 centímetros) e vendido a partir de apenas 199 dólares.
O Nexus 7 da Google, do mesmo tamanho, é vendido pelo mesmo preço, mas a gigante da internet prepara uma versão de apenas 99 dólares, indicam alguns sites especializados.