Na guerra de interesses envolvendo a lei que proíbe a distribuição de sacolinhas plásticas no comércio de BH, a população se divide sobre os efeitos causados pelo veto às embalagens. Pesquisa encomendada pelo Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (entidade vinculada à indústria do plástico) ao instituto Vox Populi, mostra que metade dos entrevistados não sentiu mudança significativa no dia a dia desde a entrada em vigor da legislação. Por outro lado, 48,5% dizem que o veto resultou em alteração na rotina (8% as consideram positivas e 40,5% não veem como negativas), e, de olho, nesse cliente, redes voltam a distribuir, com parcimônia, as embalagens biodegradáveis.
Mas, se há uma divisão acerca das mudanças, a população da capital tem um consenso: os consumidores são os principais prejudicados. A pesquisa mostra que apenas 4% dos entrevistados afirmam que o cliente saiu ganhando com o veto às sacolinhas. Na liderança dos principais beneficiados, supermercados (55%) e o meio ambiente (38%). A bióloga Maria da Glória Dutra diz que desde criança aprendeu com o pai a carregar sacolas retornáveis na bolsa. “Levar a sacola grande é mais prático”, afirma a cliente, que defende a mudança em prol dos benefícios ecológicos.
A pesquisa, feita entre 14 e 20 de setembro, entrevistou 604 pessoas da capital. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou menos. O presidente do Plastivida, Miguel Bahiense, no entanto, discorda dos argumentos ambientais. Ele considera que a proibição das sacolinhas obrigou o consumidor a adquirir saco de lixo para descartar os rejeitos produzidos. E critica: “Os dois são feitos do mesmo material: o polietileno”. Como o primeiro produto era gratuito, o que mudou foi a obrigatoriedade de o consumidor pagar por ele. Ou seja, no entendimento dele apenas acarretou novos gastos. Ele entende que as antigas sacolinhas plásticas deveriam retornar ao varejo.
A Associação Mineira de Supermercados (Amis) tem percepção diferente. Por meio de nota, a instituição informa que a redução de quase 95% do consumo de sacolinhas resulta em reclamação por parte da indústria de plástico. “Certamente não aceitam o fato de o belohorizontino ter abandonado a cultura do descarte ao adotar a cultura do reuso, assim como já fizeram os consumidores europeus e de muitas outras partes do mundo”, diz o texto, reiterando que disputas judiciais foram favoráveis ao veto às sacolinhas.
De olho no prejuízo causado ao consumidor, que desde 1º de agosto não tem mais à disposição qualquer tipo de saco plástico (seja comum ou biodegradável) para carregar suas compras, supermercados, padarias e outros estabelecimentos aos poucos voltam a distribuir as unidades compostáveis. Inicialmente, a maior parte deles tinha optado por não fornecer a embalagem, deixando somente caixas de papelão e sacolas retornáveis como opção, mas, dada as reclamações de clientes, obrigados a voltar para casa equilibrando produtos, algumas redes voltaram a distribuir as sacolas.
Retorno moderado
Desde o veto, o Supermercados BH foi o único a manter as sacolinhas. Nas últimas semanas, no entanto, Mart Plus e Epa voltaram a distribuir as compostáveis. Apesar de não colocarem os sacos sempre à vista dos consumidores, os operadores de caixa entregam as sacolinhas a quem pede. Sem sacola retornável para carregar o almoço, o bancário Ramon Torre aproveitou e pediu a sacolinha, útil para transportar a comida japonesa e o refrigerante. “Ficou mais difícil. Ou você compra ou tem que levar na caixa”, reclama.
A proibição às biodegradáveis, antes vendidas a R$ 0,19, se deu por suspeita de formação de cartel entre os fabricantes. Por isso, o Procon-MG decidiu suspender. No mês passado foi a vez de a Coordenadoria das Promotorias de Meio Ambiente do Ministério Público, com anuência da Associação Mineira de Supermercados (Amis), apresentar alternativa para o Procon-MG. “Ainda não houve uma decisão do Procon. Antes é preciso ouvir o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sobre a proposta”, afirma o autor das medidas, promotor Luciano Badini.
Mas, se há uma divisão acerca das mudanças, a população da capital tem um consenso: os consumidores são os principais prejudicados. A pesquisa mostra que apenas 4% dos entrevistados afirmam que o cliente saiu ganhando com o veto às sacolinhas. Na liderança dos principais beneficiados, supermercados (55%) e o meio ambiente (38%). A bióloga Maria da Glória Dutra diz que desde criança aprendeu com o pai a carregar sacolas retornáveis na bolsa. “Levar a sacola grande é mais prático”, afirma a cliente, que defende a mudança em prol dos benefícios ecológicos.
A pesquisa, feita entre 14 e 20 de setembro, entrevistou 604 pessoas da capital. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou menos. O presidente do Plastivida, Miguel Bahiense, no entanto, discorda dos argumentos ambientais. Ele considera que a proibição das sacolinhas obrigou o consumidor a adquirir saco de lixo para descartar os rejeitos produzidos. E critica: “Os dois são feitos do mesmo material: o polietileno”. Como o primeiro produto era gratuito, o que mudou foi a obrigatoriedade de o consumidor pagar por ele. Ou seja, no entendimento dele apenas acarretou novos gastos. Ele entende que as antigas sacolinhas plásticas deveriam retornar ao varejo.
A Associação Mineira de Supermercados (Amis) tem percepção diferente. Por meio de nota, a instituição informa que a redução de quase 95% do consumo de sacolinhas resulta em reclamação por parte da indústria de plástico. “Certamente não aceitam o fato de o belohorizontino ter abandonado a cultura do descarte ao adotar a cultura do reuso, assim como já fizeram os consumidores europeus e de muitas outras partes do mundo”, diz o texto, reiterando que disputas judiciais foram favoráveis ao veto às sacolinhas.
De olho no prejuízo causado ao consumidor, que desde 1º de agosto não tem mais à disposição qualquer tipo de saco plástico (seja comum ou biodegradável) para carregar suas compras, supermercados, padarias e outros estabelecimentos aos poucos voltam a distribuir as unidades compostáveis. Inicialmente, a maior parte deles tinha optado por não fornecer a embalagem, deixando somente caixas de papelão e sacolas retornáveis como opção, mas, dada as reclamações de clientes, obrigados a voltar para casa equilibrando produtos, algumas redes voltaram a distribuir as sacolas.
Retorno moderado
Desde o veto, o Supermercados BH foi o único a manter as sacolinhas. Nas últimas semanas, no entanto, Mart Plus e Epa voltaram a distribuir as compostáveis. Apesar de não colocarem os sacos sempre à vista dos consumidores, os operadores de caixa entregam as sacolinhas a quem pede. Sem sacola retornável para carregar o almoço, o bancário Ramon Torre aproveitou e pediu a sacolinha, útil para transportar a comida japonesa e o refrigerante. “Ficou mais difícil. Ou você compra ou tem que levar na caixa”, reclama.
A proibição às biodegradáveis, antes vendidas a R$ 0,19, se deu por suspeita de formação de cartel entre os fabricantes. Por isso, o Procon-MG decidiu suspender. No mês passado foi a vez de a Coordenadoria das Promotorias de Meio Ambiente do Ministério Público, com anuência da Associação Mineira de Supermercados (Amis), apresentar alternativa para o Procon-MG. “Ainda não houve uma decisão do Procon. Antes é preciso ouvir o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sobre a proposta”, afirma o autor das medidas, promotor Luciano Badini.