O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), Flávio Padovan, fez, durante a abertura do Salão do Automóvel, com a presença da presidente Dilma Rousseff, duras críticas ao tratamento dado pelo governo no novo regime automotivo (Inovar-Auto) às importadoras de veículos representados pela associação. Segundo Padovan, a imposição de uma cota máxima de 4.800 unidades anuais às importadoras, com uma alíquota diferenciada de IPI, "é tratamento não isonômico, que prejudica o consumidor brasileiro, que perde a livre escolha", disse. "Não podemos concordar com a implantação de um processo de alijamento do nosso setor", completou o executivo. O IPI para importadoras é de 55% e com a cota será de 25%.
Padovan afirmou ainda que "o programa exagerou um pouco na dose" e que a imposição de cotas seria desnecessária diante da participação de apenas 3% das importadoras no setor automotivo. "O programa não atende aos anseios de grande parte das nossas associadas", disse.
Padovan afirmou também que as importadoras são a porta de entrada de várias montadoras ao País e ainda servem de parametrização dos preços dos veículos importados com os nacionais. "Desde 1997, nove marcas internacionais que foram associadas à Abeiva se instalaram no Brasil e das 29 montadoras internacionais associadas, seis se tornarão produtoras aqui", afirmou. Apesar das críticas, ele afirmou que a Abeiva recebeu de "braços abertos" o programa que vai qualificar as montadoras locais e agregar tecnologia.