O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo resolveu prorrogar por mais dois meses a desoneração do IPI para automóveis para que a indústria continue vendendo bem e fazendo mais investimentos. De acordo com ele, a última vez em que o governo decidiu estender o benefício ao setor houve uma "boa reação" da comercialização de veículos nos meses de setembro e outubro. A intenção é que o ritmo de vendas prossiga até o final do ano.
Mantega salientou que o Brasil é um dos poucos países do mundo que conseguem manter produção nas fábricas de automóveis, e que países como a França têm encontrado dificuldade neste sentido. "Queremos que a produção cresça aqui, indiferente à crise que afeta outras economias", afirmou, nesta quarta-feira, ao chegar ao Ministério da Fazenda.
Ele explicou que a decisão do governo de prorrogar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vai ao encontro da intenção de manter os preços dos veículos nos atuais patamares. "Se suspendêssemos a isenção, as empresas certamente aumentariam os preços", previu.
Indagado sobre se esta era uma intenção deliberada do governo de manter a inflação sob controle, Mantega admitiu que a redução do IPI ajuda no controle da inflação. "Vamos contribuir para a redução da inflação sempre que possível", afirmou.
O ministro disse ainda que não está preocupado com a possível redução da arrecadação, porque, apesar de o governo não receber os recursos provenientes do IPI, há um aumento da arrecadação do PIS e da Cofins, além do ICMS dos Estados. "Há uma compensação", resumiu.