Mais de 80 chefes de grandes empresas americanas, incluindo os da Boeing e da Microsoft, pediram uma resolução "emergencial" para o problema da dívida pública dos Estados Unidos, que ameaça a "segurança" do país, em uma carta aberta citada nesta quinta-feira pelo Wall Street Journal (WSJ).
"Os líderes políticos devem reconhecer que a nossa dívida crescente é uma ameaça para o bem-estar econômico e a segurança dos Estados Unidos", declararam em um apelo escrito de forma conjunta, de acordo com o WSJ, por iniciativa da organização independente Fix The Debt ("Vamos liquidar a dívida").
No entanto, nem esta organização nem as empresas contactadas pela AFP publicaram diretamente esta carta aberta, ou confirmaram a sua participação neste processo. "É urgente e essencial que um plano seja colocado em prática para resolver a questão da dívida americana", que excede 16 trilhões de dólares, acrescentam esses patrões a menos de duas semanas das eleições presidenciais dos Estados Unidos, enquanto um impasse sobre o orçamento impera.
Por falta de acordo no Congresso, uma série de medidas de estímulo e de cortes de impostos expira no dia 1º de janeiro, quando vão entrar em vigor cortes automáticos nos gastos públicos, aumentando os temores de um "penhasco fiscal".
"Um plano eficaz deve estabilizar a parcela da dívida na nossa economia e guiá-la para baixo", assegura este grupo de CEOs que, de acordo com o WSJ, reúne os proprietários do Bank of America, JPMorgan, General Electric e Motorola, entre outros.
Segundo eles, todo plano de ação deve, entretanto, ser colocado em prática "gradualmente" a fim de proteger a "frágil retomada econômica" e dar tempo suficiente para se adaptar "às mudanças no orçamento federal".
Esses grandes patrões recomendam principalmente reformar os sistemas de seguro de saúde (Medicare e Medicaid) para "conter" os custos e apelam para uma "reforma global" do sistema fiscal, que poderia reduzir as taxas de impostos ao mesmo tempo em que alargaria a base tributária.
Muitos patrões expressaram recentemente preocupação com a situação fiscal nos Estados Unidos, que corre o risco de mergulhar o país em recessão e que começou a afetar seus resultados financeiros.