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Estado de Minas

Outlets permitem que a clientela da nova classe média compre peças de grife

O fato de serem de coleções antigas não incomoda. Descontos acima de 30% são chamariz


postado em 28/10/2012 06:00 / atualizado em 28/10/2012 07:29

Tênis de marca famosa custa 53% a menos do que em loja convencional(foto: Marcos Michelin/EM/DA Press)
Tênis de marca famosa custa 53% a menos do que em loja convencional (foto: Marcos Michelin/EM/DA Press)


Criados no exterior com a estratégia de vender coleções passadas e pontas de estoque de grifes renomadas a preços mais vantajosos que os cobrados em shoppings convencionais e nas grandes redes do varejo, os outlets chegaram ao Brasil e facilitaram o acesso da chamada nova classe média às marcas famosas. Afinal, quem garimpa pode encontrar peças de coleções antigas com descontos interessantes, acima de 30%. Apenas a título de exemplo, enquanto o par de tênis Air Max Pursuit é vendido por R$ 149,90 na unidade da Nike no outlet Sómarcas, em uma loja convencional de shopping, como a Centauro, o mesmo modelo é encontrado por R$ 229 – diferença de 53%.

A nova classe média é formada pela população cuja renda familiar oscila de R$ 1.024 a R$ 2.564,99, segundo entendimento da consultoria paulistana Boa Vista Serviços.

“Uma pesquisa revelou que 60% de nossa clientela é formada pela nova classe média”, disse Mário Valadares, dono do Sómarcas, que funciona na Cidade Industrial, em Contagem, e conta com grifes como Calvin Klein e Lacoste. Para se ter ideia da força da nova classe média nesse tipo de empreendimento, Valadares conta que a unidade da Lacoste no Sómarcas é a loja da rede que mais vende no Brasil.

O soldador Antônio Jesus Ramos, de 41 anos e dono de um contracheque de R$ 1,8 mil, e sua mulher, a empregada doméstica Adelcimar Santos, de 43 e cujo salário mensal é de R$ 800, são representantes da nova classe C brasileira. Há alguns anos, o casal considerava utopia desfrutar de roupas, tênis e acessórios de grifes famosas. Ontem, porém, os dois foram ao Sómarcas. Visitaram os espaços da Nike, da Puma e de outras grifes internacionais. E o melhor: saíram com sacolas com mercadorias que custaram cerca de 50% menos do que os preços cobrados em shoppings convencionais.

“Os tempos mudaram”, comemorou o soldador. “E para muito melhor”, completou sua companheira, acrescentando que pagaram R$ 89 numa camisa, vendida, em média, a R$ 169 nos shoppings da capital. “A diferença, de R$ 80, nos permite comprar outra mercadoria”, calculou Antônio. “Se gastar sola de sapatos, a pessoa pode economizar ainda mais nesse outlet”, garante Washington Lins Rodrigues, de 21, morador do Bairro Lagoinha, em BH. Apesar da distância, ele assegura que a viagem vale a pena. “Eu, por exemplo, acabei de comprar uma camisa por R$ 120. ‘Lucrei’ R$ 80, pois ela custa R$ 200 nos principais shoppings de BH.”

Filho de uma empregada doméstica e irmão de uma balconista, Washington calcula que o rendimento de sua família é de “aproximadamente R$ 2 mil”. Outro integrante da nova classe média brasileira, ele está concluindo o ensino médio. Seu objetivo é ser aprovado num vestibular, e depois de conquistar o diploma de curso superior, conseguir um bom emprego.
Aliás, o mercado de trabalho aquecido é outra mola do aumento do poder aquisitivo do brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário médio na Grande BH, entre setembro de 2011 e igual mês deste ano, subiu 9,3%. Mais do que a inflação do mesmo período, de 5,72%.


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