Se a defasagem de horário em relação a Nova York já prejudicava a Bovespa, desde que teve início o horário de verão no Brasil, nesta segunda-feira em que o pregão regular em Wall Street sequer irá funcionar, por causa do furacão Sandy que se aproxima, os negócios locais devem ser ainda mais penalizados, comprometendo a performance no acumulado do ano. Apesar da perspectiva de liquidez reduzida, o sinal negativo que prevalece no exterior tende a ser acompanhado por aqui, tendo também como influência doméstica o balanço aquém do esperado de Petrobras no trimestre passado. Por volta das 10h, o Ibovespa caía 1,10%, aos 56.647,37 pontos, na mínima.
Para um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, a sessão desta segunda-feira deve ser "bem devagar", já que os mercados acionários globais não terão Wall Street como referência para o dia. Nesta segunda-feira, a Bolsa de Nova York (NYSE Euronext) permanecerá fechada por causa da chegada do furacão Sandy, que colocou a cidade norte-americana em estado de alerta e suspendeu serviços de linhas de metrô, trens, ônibus, além de aeroportos.
Mais cedo, às 9h50, o futuro do S&P 500 caía 0,66%. Segundo o CME Group, as transações com contratos futuros ligados a índice de ações serão suspensas às 11h15 (de Brasília). É a primeira vez desde o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 que as Bolsas dos EUA terão um fechamento amplo não programado.
Mesmo assim, as perdas exibidas em Nova York são replicadas entre os demais ativos de risco. Ainda no mesmo horário acima, a Bolsa de Paris recuava 1,04% e Frankfurt perdia 0,74%. Por lá, o fim de semana trouxe poucas novidades e permanecem os problemas que assolam a Europa. Novas manifestações contra medidas de austeridade fiscal tomaram conta das ruas de Madri e de Roma neste sábado (27). Já os credores internacionais exigiram de Atenas mais 150 reformas econômicas, em troca de um prazo mais longo para cumprimento das metas da dívida.
No Brasil, as atenções se voltam para a repercussão entre os investidores do balanço da Petrobras. O lucro líquido de R$ 5,567 bilhões da estatal petrolífera no terceiro trimestre confirmou a expectativa de que o prejuízo reportado entre abril e junho deste ano foi um "ponto fora da curva". Porém, o mais recentes resultado trimestral ficou aquém do esperado por analistas e também abaixo do registrado um ano antes.
Logo após a abertura do pregão da Bolsa, as ações ON e PN da Petrobras tombavam 3,54% e 3,17%, respectivamente.