O coordenador de sondagens da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, afirmou que as contratações só devem voltar a crescer na indústria de transformação no segundo trimestre do ano que vem. De acordo com ele, apesar de o índice de expectativa de emprego para os próximos três meses ter avançado em outubro - para 111,8 pontos, ante 109,9 em setembro -, o empresário vai esperar dados mais consistentes sobre aumento de demanda para voltar a contratar. "O cenário ainda não é grande coisa para o emprego industrial", disse Campelo, em entrevista para divulgar os dados de outubro da Sondagem da Indústria de Transformação.
O economista também citou uma estabilidade da expectativa do empresário quanto ao aumento da produção nos próximos três meses. O indicador que mede este item ficou em 130,8 pontos em outubro, ante 130,9 no mês anterior. "Não é, ainda, um patamar associado a forte produção", disse Campelo. Segundo ele, um nível que indica produção robusta da indústria é de cerca de 140 pontos.
O avanço, ainda lento, da indústria de transformação pode ser verificado pelo desempenho do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), mencionou Campelo. O Nuci subiu 0,1 ponto porcentual em outubro sobre setembro, para 84,2% na série com ajuste sazonal.
"O Nuci não chegou a um nível suficiente para levar para cima o investimento, o que acontece perto dos 85%", disse. "O investimento continua ganhando ritmo porque passou por um período de forte desaceleração, mas essa retomada será lenta."