O caixa do governo federal voltou a ser reforçado com o ingresso forte de dividendos em setembro. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Tesouro Nacional, o governo recebeu em setembro R$ 3,602 bilhões, com o pagamento de dividendos pelas empresas estatais. Se não fosse o ingresso desses recursos, as contas do governo central teriam registrado déficit primário em setembro.
Em agosto, o governo também recebeu o ingresso forte de dividendos (R$ 5,828 bilhões), o que evitou a geração de déficit primário. No acumulado do ano até setembro, as receitas com dividendos somam R$ 19,728 bilhões, apresentando um crescimento de 13,9% em relação a igual período do ano passado.
De acordo com o Tesouro Nacional, as despesas do governo central de janeiro a setembro tiveram alta de 11,8% ante igual período de 2011, as receitas apresentaram no mesmo período uma expansão de 6,9%. As receitas totais do Governo Central de janeiro a setembro somaram R$ 773,234 bilhões, segundo o Tesouro, e as despesas totalizaram R$ 587,679 bilhões.
Investimentos desaceleram
Apesar do discurso do governo para acelerar os gastos com investimento este ano, os dados divulgados pelo Tesouro Nacional mostram que o desempenho não tem sido tão favorável, como cobra a presidente Dilma Rousseff e o ritmo de gasto com investimento voltou a desacelerar.
As despesas totais com investimentos, que incluem os gastos com o programa "Minha Casa, Minha Vida" apresentaram até setembro um crescimento de 23,3%, atingindo R$ 45,2 bilhões. Até agosto, o crescimento das despesas com investimentos era de 27,9%.
As despesas com investimentos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram até setembro uma expansão de 35,1%, atingindo R$ 24,3 bilhões. Até agosto, o ritmo de crescimento era de 33,5%.
Distante da meta
De acordo com os dados do Tesouro, o governo federal conseguiu realizar até setembro 56% da meta de superávit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) para 2012. A meta para o ano é de R$ 96,9 bilhões e o superávit do governo central acumulado até setembro, pela metodologia de cálculo utilizada pelo Tesouro Nacional, é de R$ 54,765 bilhões.
O governo federal tem, portanto, apenas três meses para cumprir os 44% de economia necessários para fechar a meta. A Agência Estado já antecipou que o governo não deve cumprir a meta fiscal para o ano e deve formalizar o abatimento das despesas do PAC na meta.