Sete dos dez grupos de metalúrgicos paulistas da Força Sindical que estão em campanha salarial neste semestre podem entrar em greve na próxima segunda-feira, caso a bancada patronal não apresente contraproposta que contemple o pedido de 2,5% de aumento real. O total negociado é de um reajuste de aproximadamente 8% com a inflação do período.
Em assembleia na última sexta-feira, os trabalhadores do Sindicato de São Paulo e Mogi das Cruzes já aprovaram greve para a próxima semana. A orientação da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, ligada à Força, é de que todos os 54 sindicatos aprovem o mesmo. As negociações não estão encerradas e a paralisação pode ser suspensa caso surjam novas propostas.
Três grupos, contudo, já aceitaram proposta de 8% apresentada pelos setores sindicais - o grupo 3 (autopeças), o setor de Fundição e de Sindisider (produtos para siderurgia). A campanha salarial da central sindical reúne, ao todo, 800 mil metalúrgicos no Estado.
"Os 8% contemplam a reposição da inflação dos últimos 12 meses encerrados em outubro, que ainda não foi fechada, mais aumento real. Esse é o mínimo que vamos buscar, agora, para os demais trabalhadores da categoria, com ou sem greve", disse Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Já os metalúrgicos do Estado ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tinham data-base em 1º de setembro, não conseguiram fechar acordos coletivos com a maioria das bancadas patronais. A reivindicação de 2,5% de aumento real só foi atendida plenamente por um dos seis grupos patronais que negociam com a Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT (FEM CUT/SP), o de fundição. A maioria das empresas ligadas aos demais grupos, contudo, optou pela realização de acordos pulverizados e isolados para evitar paralisações nas fábricas.