(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MERCADO DE RUA

Pipoqueiros de BH inovam e substituem saquinho de papel por balde de papelão

Apesar de mais caro, trabalhadores dizem que compensa, pois atrai clientes


postado em 30/10/2012 06:00 / atualizado em 30/10/2012 09:18

O baiano Laudemir dos Santos, que preside a associação dos pipoqueiros, diz que empresa já negocia compra de publicidade nas embalagens de papelão(foto: Cristina Horta/EM.D.A./Press)
O baiano Laudemir dos Santos, que preside a associação dos pipoqueiros, diz que empresa já negocia compra de publicidade nas embalagens de papelão (foto: Cristina Horta/EM.D.A./Press)



O segurança Davidson Euzébio da Silva, de 35 anos, se surpreendeu quando foi comprar um pacotinho de pipocas num dos tradicionais carrinhos de Belo Horizonte. “Que legal”, disse ao constatar que os ambulantes estão substituindo as embalagens de papel por baldes de papelão, semelhantes aos usados nos cinemas de shoppings de todo o país. Há pipoqueiros que consideram a mudança uma espécie de inovação do mercado de rua. Outros a classificam como atualização necessária. O certo é que, entusiasmados com a novidade, muitos donos dessas carrocinhas garantem que os saquinhos de papel estão com os dias contados.

O custo da nova embalagem é três vezes maior do que o da tradicional, mas os donos das corrocinhas garantem que a mudança vale a pena. “Pago R$ 0,30 em cada caixinha de papelão. No outro modelo, desembolso R$ 0,10. A diferença é grande, mas vale muito a pena, pois o balde, por ser mais visível, atrai mais clientes. Para se ter ideia, cerca de 90% de minhas vendas são com a nova embalagem”, disse Márcia Helena da Costa, de 29, que mantém carrocinha, há uma década, em frente à faculdade de medicina, na Avenida Alfredo Balena, onde negocia, em média, 250 embalagens de pipoca por dia. “Vou vender pipoca em saquinhos somente esse mês”, acrescenta.

A febre dos baldes de papelão nos carrinhos de pipoca começa a despertar atenção até mesmo dos profissionais mais antigos, como dona Maria Alves Cardoso, de 60, que ganha a vida em frente à Santa Casa. “Esse tipo de embalagem veio para ficar. Para nós, é mais fácil de manuseá-la. Portanto, mais rápido de ser enchida. Para os clientes, é mais cômodo de ser transportada”. O agente de atendimento Jader Francisco, de 50, concorda com as palavras dela: “Compro pipoca todas as semanas. É uma tendência que veio para ficar”.

A embalagem não caiu apenas no gosto de pipoqueiros e clientes. Uma empresa negocia com a Associação dos Pipoqueiros Empreendedores Individuais (Apei), que reúne mais de 100 parceiros, a viabilidade de comprar os baldes de papelão em troca de publicidade. “Será uma economia e tanto para nós”, comemora o presidente da entidade, o baiano Laudemir dos Santos, de 60, cujo ponto fica em frente ao Hospital São Lucas, no Bairro Santa Efigênia.

O nome da empresa interessada em explorar o novo nicho, explica ele, é mantido em sigilo para não atrapalhar as conversas. A negociação não envolve apenas a publicidade nas caixinhas de papelão. Segundo o presidente da Apei, o futuro parceiro ainda deseja fazer o mesmo nos bonés e nos jalecos usados pelos pipoqueiros. “A empresa também arcará com parte do plano de saúde. A publicidade em nosso ramo é um bom filião para os interessados”.

Preço maior

O novo modelo de embalagem, porém, levou alguns pipoqueiros a aumentar o preço em relação à mesma quantidade servida em saquinhos de papel. É o que relata Domingos José de Oliveira, primeiro tesoureiro do Sindicato Profissional dos Pipoqueiros da Grande Belo Horizonte e há 52 anos na profissão.

“Num domingo, enquanto trabalhava, uma senhora me pediu três pacotes (de papelão) de pipocas. Cobrei o total de R$ 6. Ela se assustou, dizendo que, num evento na Praça da Liberdade, um pipoqueiro havia lhe cobrado, pela mesma quantidade, R$ 24”, lamentou Domingos.

Ele torce para que situação semelhante não se repita. “Aquele vendedor não é meu concorrente. É uma pessoa que prejudica a categoria”. Domingos, que trabalha num ponto na Alameda Ezequiel Dias, ressalta que as novas embalagens de papelão vieram para ficar. “É uma atração a mais, algo chamativo. Só não concordam com os pipoqueiros que cobram fora do ‘limite’”, ponderou Domingos.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)