No período de 6 a 9 de dezembro, cerca de mil casas e apartamentos localizados em Portugal estarão à venda no Rio de Janeiro. Empresários brasileiros ligados à Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio, com atuação nos dois países, promoverão a primeira Mostra do Imobiliário de Portugal no Brasil (MIP 2012).
O evento busca ser uma alternativa para a paralisia do mercado de imóveis português causado, sobretudo, pela recessão que o país atravessa desde que a crise econômica mundial atingiu a Europa (2008). “Nós não temos saída. Acabou o mercado interno. Isso não quer dizer que não possa voltar, mas não vai ser aquela euforia de compras que foi no passado”, disse Arnaldo Grossaman, um dos empresários responsáveis pelo evento e erradicado há mais de 20 anos em Portugal.
Segundo ele, “a maioria dos portugueses tem casa própria e agora está mais preocupada em recuperar as dificuldades e pagar as contas”. Segundo dados do Banco de Portugal (espécie de Banco Central lusitano), 37,7% das famílias têm algum tipo de dívida, 24,5% dos domicílios têm dívida hipotecária.
Grossaman avalia que o Brasil atravessa um bom momento econômico e tem disponibilidade de capital. “Nós temos que buscar o dinheiro onde ele está. Onde estiver, nós vamos organizar eventos profissionais para levar a imagem de Portugal”, disse destacando que também estão programadas mostras imobiliárias em São Paulo e em Brasília (previstas para o próximo ano), assim como em outros mercados emergentes como a China, a África do Sul, Rússia e Israel.
O empresário avalia que é um “ótimo momento” para que os brasileiros ricos (que fazem viagem ao exterior regularmente e aplicam dinheiro em imóveis) invistam em Portugal. Segundo ele, os imóveis estão mais baratos e “o governo está mais aberto para atrair capital e acarinhar investimento”.
Além de grandes investidores, a MIP quer atrair a chamada comunidade luso-brasileira que, só no Rio de Janeiro, é estimada em 600 mil pessoas (incluindo descendentes de terceira geração). Para esse público, o mercado deverá ofertar imóveis de até dois quartos ao custo máximo de 200 mil euros (cerca de R$ 470 mil).
Somado aos preços competitivos com o mercado do Rio, de Brasília e de São Paulo, Portugal apresenta como atrativos a proximidade cultural, a qualidade de vida e a segurança. “O brasileiro é muito preocupado com segurança e Portugal é um dos países mais seguros do mundo”, avalia Grossaman.