O governo da Grécia revisou em baixa suas previsões de recuperação no projeto de orçamento para 2013, onde alerta que a economia retrocederá 4,5% e o déficit público alcançará 5,2%.
Um projeto do orçamento para 2013 que o governo havia apresentado ao Parlamento há um mês projetava uma recessão de 3,8% e um déficit público de 4,2%.
Sob forte pressão de seus credores internacionais para reduzir ainda mais os gastos, o Estado grego também se comprometeu a cortar os gastos estatais em 33,9% em um ano, incluindo o corte de 10,5% das aposentadorias.
O projeto de orçamento para 2013 também prevê um índice de desemprego médio de 22,8%, uma pequena melhora se for considerada a taxa de 25,1% registrada em julho.
Estas previsões foram divulgadas num momento em que a coalizão governamental entre conservadores e socialistas enfrenta seu primeiro teste no Parlamento para conseguir a aprovação de uma lei que permita as privatizações como parte de suas obrigações pelo resgate que diversos organismos internacionais lhe concederam.
A Grécia espera conseguir 2,5 bilhões de euros em vendas em 2013, de acordo com o orçamento.
Em uma entrevista nesta quinta-feira a uma rádio alemã, o presidente do grupo de trabalho do Eurogrupo, Thomas Wieser, afirmou que a Grécia pode se beneficiar de mais um ou dois anos para cumprir com seus objetivos de ajuste orçamentário.
"Pode ser que (os objetivos) sejam adiados em um ou dois anos", disse Wieser à Deutschlandradio. "Pode ser que, naturalmente, isto custe mais dinheiro", acrescentou, informando que nenhuma contribuição adicional seria pedida aos 16 sócios da Grécia na Eurozona.
"Isto pode ser financiado no âmbito do programa existente", explicou.
Wiser ressaltou que durante as negociações entre a Grécia e a troica de credores internacionais (UE, BCE e FMI) nunca foi mencionada a possibilidade de uma nova reestruturação da dívida do país.