O corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor desde o fim de maio e que refletiu em queda média de 5% a 10% nos preços dos automóveis com motor até 2.0, tem importante participação na redução dos valores das tabelas sugeridas pelas montadoras e daqueles efetivamente cobrados dos consumidores nas concessionárias.
O fim do benefício, em 31 de dezembro, levará a uma alta dos preços, mas ela não será integral de imediato, acredita Fábio Romão, economista da LCA Consultores. Como o início do ano costuma ser fraco em vendas, ele aposta que muitas empresas vão adotar como estratégia o mote “aqui o IPI continua reduzido” para tentar desovar as sobras do fim do ano.
Romão lembra que em abril de 2010, quando o IPI voltou a ser cobrado integralmente depois de mais de um ano de redução, o repasse ocorreu aos poucos e não foi integral.
Naquele ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,9% e os preços dos automóveis novos caíram 1%. Em 2011, os carros tiveram deflação de 2,9%, enquanto o IPCA fechou em 6,5%.
De janeiro deste ano até metade de outubro, o IPCA-15, que é a prévia do IPCA (que será divulgado nesta semana), mostra que os preços dos carros novos já caíram 6,11%, ante uma inflação acumulada de 4,49%. O carro novo tem peso de 3,25% na coleta de preços desse indicador.