Depois de diversificar sua carteira de crédito com o aumento de financiamentos para a compra de veículos e a incorporação da base de clientes do Banco Votorantim, o Banco do Brasil pretende ampliar as operações para as aquisições de casa própria. O anúncio foi feito hoje, em São Paulo, pelo vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores da instituição, Ivan Monteiro. A estratégia para alimentar esse mercado, segundo ele, será buscar, principalmente, recursos depositados em cadernetas de poupança.
O executivo deu a informação logo após a apresentação do resultado financeiro do Banco do Brasil relativo ao terceiro trimestre do ano que aponta uma movimentação de R$ 532,3 bilhões, o que representa um crescimento de 20,5% em 12 meses e 4,7% sobre o terceiro trimestre de 2011. Nas operações de crédito em geral, o banco informou que a taxa de inadimplência ficou em 2,17%, abaixo da média do Sistema Financeiro Nacional (3,77%).
A base de clientes que contrataram empréstimos por meio do Programa Bom Para Todos envolveu um volume de R$ 52 bilhões, 30,2% de alta nos primeiros nove meses. No período, o crédito imobiliário teve um saldo de R$ 10,8 bilhões, 70,9% de alta em 12 meses e com aumento de 4,1% sobre o trimestre anterior.
Segundo a instituição, foi o melhor desempenho desde o início da série, em 2008. As operações totalizaram R$ 1,8 bilhão, 2,6% acima do registrado em igual período do ano passado. Os negócios com pessoas físicas somaram R$ 1,1 bilhão e, com as pessoas jurídicas, R$ 610 milhões. Em relação à carteira de veículos o saldo alcançou R$ 9,2 bilhões, 36,4% a mais do que no trimestre sobre o anterior.
De acordo com Ivan Monteiro, nos dois próximos trimestres, deverá ser revertida a situação de prejuízo relacionado ao Banco Votorantim, que alcançou R$ 497 milhões no encerramento do terceiro trimestre ante uma perda anterior de R$ 536 milhões. Monteiro informou que a metodologia de análise da ficha cadastral atual permitiu uma redução do risco de inadimplência.
O executivo também anunciou que a instituição prepara novos lançamentos de títulos de captações externas, devendo retornar ao mercado japonês, onde, em setembro, fez uma captação pública de dívida sênior em operação de Euro-Iene no valor de aproximadamente US$ 315 milhões. Ele destacou que, apesar de toda a crise ainda existente na Europa, o banco conseguiu a sua maior captação externa no início de outubro, com um total US$ 1,925 bilhão em títulos com prazo de dez anos.