Soluções para a retomada do crescimento da indústria podem ser mais lentas do que o necessário, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em carta na qual analisa a produção industrial segundo a intensidade do uso de tecnologia por cada segmento da indústria.
"Um possível ponto de ataque seria conferir foco, direcionando esforços e mecanismos de fomento à pesquisa e desenvolvimento científico, tecnológico e para inovação", informa o Iedi. A hipótese é de que falta às autoridades governamentais direcionar os esforços da iniciativa privada, mais do que promover incentivos ao investimento em pesquisa.
A indústria de média a alta intensidade tecnológica - de fabricação de material de transporte terrestre, produtos químicos (exceto farmacêuticos) e de bens de capital, além de outros equipamentos - foi a que mais se retraiu, em 12 meses até setembro deste ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A análise do Iedi, no entanto, é de retração generalizada, independentemente do nível de utilização de tecnologia, embora a queda tenha sido maior entre as atividades industriais mais relacionadas à inovação.
"O largo período de real apreciado alterou a estrutura produtiva e a inserção brasileira em cadeias globais de valor, dificultando ou tornando mais lenta uma retomada", destaca o Iedi, citando ainda outros problemas estruturais da economia brasileira, como a escassez de mão de obra qualificada, infraestrutura portuária e viária insuficiente, sistema tributário complexo e burocracia.