Amsterdã — Um ditado popular nos Países Baixos diz que Deus criou o mundo, e os holandeses, a Holanda. A frase resume o orgulho de um povo que venceu constantes inundações, superou um terreno pantanoso e se constituiu como uma das principais nações europeias ao construir 40% de seu território sobre o Mar do Norte. Para crescer economicamente e fugir da crise que assola vizinhos como Espanha e Grécia, porém, somente a engenhosidade holandesa não basta. A 17ª economia do mundo — que registrou no terceiro trimestre do ano recuo de 1,1% no Produto Interno Bruto (PIB) — vê no Brasil um parceiro fundamental para voltar a crescer. Por isso, amanhã, desembarcará em São Paulo e no Rio de Janeiro a maior delegação holandesa desde os tempos do Brasil colônia.
Representante do governo brasileiro no país há quatro anos, o embaixador José Artur Denot Medeiros é entusiasta da vinda da comitiva à América do Sul. “A Holanda é um parceiro privilegiado para nós. O Porto de Roterdã é a maior porta de entrada das nossas exportações na Europa”, destacou. O país foi o quarto que mais recebeu bens de origem nacional em 2011. Só perdeu para a China, os Estados Unidos e a Argentina. “Podemos ganhar em tecnologia, experiência, comércio internacional. Eles são os maiores engenheiros de água do mundo. Toda essa dimensão de inovação nos interessa muito.”
A delegação tem representantes de oito setores: agronegócio; arquitetura e design; aeroespaço; metalurgia; ciência, tecnologia e ensino superior; infraestrutura esportiva; gerenciamento de resíduos; e construção de iates.