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Estado de Minas CRISE GLOBAL

Espanha teme piora da crise

Com desemprego em alta e manifestações diárias contra o governo, país teme agravamento da turbulência. Dilma assina hoje acordo para facilitar entrada de profissionais no Brasil


postado em 19/11/2012 07:38

Cerca de 7 mil manifestantes marcharam ontem em protesto contra a privatização da saúde, pelas ruas de Madri(foto: Susana Vera/Reuters)
Cerca de 7 mil manifestantes marcharam ontem em protesto contra a privatização da saúde, pelas ruas de Madri (foto: Susana Vera/Reuters)

Madri — Há apenas uma coisa mais preocupante para os espanhóis que a atual crise econômica: o fato de a recessão piorar ainda mais, em pouco tempo. A sensação de que o fundo do poço não chegou é percebida entre autoridades e cidadãos comuns, cada vez mais dispostos a irem às ruas para protestar. Todos os dias a capital do país registra pelo menos uma grande manifestação contra as medidas de austeridade fiscal. Um integrante da cúpula do governo brasileiro disse que ministros da Espanha trabalham com a possibilidade cada vez mais real de ter a situação piorada ao longo dos próximos dois anos.

Ontem, cerca de 7 mil pessoas se reuniram para protestar contra a privatização da saúde na Espanha. Parte da manifestação passou pelo Paseo de la Castellana, avenida onde está localizado o hotel da presidente Dilma Rousseff, que hoje participa de encontros com o primeiro-ministro Mariano Rajoy e o rei Juan Carlos. Os manifestantes cruzavam a via por volta das 13h, no momento em que Dilma se preparava para sair e fazer um passeio em Toledo, a 80km de Madri. Com a multidão — que não sabia da presença de Dilma ali —, a segurança da presidente recomendou que ela saísse pelo portão dos fundos do hotel.

A enfermeira Ana, de 52 anos, foi uma das profissionais da área de saúde que saíram às ruas para protestar contra a privatização de seis hospitais em Madri. "É necessário ter saúde e educação pública. São áreas que deveriam ser preservadas, mesmo com a crise", disse ela, que preferiu não revelar o sobrenome. Os manifestantes carregavam cartazes com dizeres contra políticos. Um deles tinha a frase em inglês "políticos espanhóis não amam os espanhóis". As medidas do governo incluem corte de salários e pensões, aumento de impostos e reformas para eliminar regras que dificultavam demissões.

CRÍTICAS No sábado durante a 22ª Cúpula Ibero-americana, en Cádiz, a 650km de Madri, Dilma criticou as medidas de austeridade implementadas pelos países europeus e pediu a adoção de políticas de investimentos públicos e privados, além de programas sociais, para a saída da crise. Segundo a presidente, a adoção de pacotes severos para sair da crise trouxe recessão à América Latina em décadas passadas. "Os impactos da crise são diferentes entre os países, e as respostas têm diferenças e produzem consequências diversificadas", afirmou Dilma. Ao fim do encontro, Rajoy disse que não considerou o discurso de Dilma uma crítica ao governo da Espanha. Uma entrevista com o mesmo teor crítico foi publicada ontem pelo jornal espanhol El País.

Sem impacto


O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que a facilitação de vistos de trabalho para espanhóis não vai ter um impacto negativo no mercado de trabalho do Brasil. ''Isso é residual'', disse ele, que está na comitiva de Dilma Rousseff na visita à Espanha. Os governos brasileiros e espanhol discutem hoje as formas para facilitar os vistos. Para o Brasil, seria uma forma de qualificar mão de obra. Para a Espanha, uma esperança para milhares de jovens desempregados.

enquanto
isso...

... DINHEIRO
PARA A GRÉCIA


O membro do Banco Central Europeu Joerg Asmussen disse ontem que a Zona do Euro deve concordar na próxima semana com financiamento de dois anos à Grécia, e deixar perspectiva de uma ajuda futura caso necessário, uma decisão que provavelmente irritaria o FMI, que quer uma solução permanente. "Devemos na próxima semana fechar o financiamento para os anos de 2013 e 2014, mas tenho que ser honesto e dizer que realmente não espero que o país tenha acesso aos mercados em 2015 e 2016, o que significa que um outro programa de acompanhamento seria necessário", disse Asmussen à rede alemã ZDF.


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