Apesar de ter anunciado lucro líquido de R$ 937 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou que vai rever seus investimentos para 2013 em função da Medida Provisória 579, que derrubou em até 70% o preço da energia vendida pelas usinas com concessão vencendo entre 2015 e 2017. No segundo trimestre, a Cemig havia anunciado plano de investimentos na ordem de R$ 1,2 bilhão a ser implementado no ano que vem. Segundo a companhia, os custos operacionais serão redimensionados com redução no quadro de pessoal. “Não haverá uma demissão em massa. Vamos adequar os processos de aposentadoria e buscar novas tecnologias com menos dependência de mão de obra”, informou o diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla.
De acordo com Walter Froes, diretor da CMU Comercializadora de Energia, nem a Cemig, nem a Eletrobras terão a menor condição de levar o seu plano de investimentos já anunciado à frente depois da MP 579 por causa da queda na receita. Antes, o valor do megawatt/hora gerado nessas usinas era, na média, R$ 90, com impostos. Com a definição do Ministério das Minas e Energia, esse preço caiu para cerca de R$ 27, segundo cálculos da Associação Brasileira de Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage). A indenização pelos ativos também foi considerada baixa. As 18 hidrelétricas da estatal mineira com vencimento da concessão entre 2015 e 2017 não serão indenizadas.
Sobre a renovação da concessão nas usinas de São Simão, Jaguara e Miranda, Luiz Fernando Rolla disse que como “última alternativa”, depois de negociações com o Legislativo e governo federal, a companhia poderá recorrer à Justiça para garantir a manutenção das condições antigas, ou seja, sem a redução de preços previstas pela MP. No terceiro trimestre de 2012, a receita líquida da Cemig atingiu o patamar recorde de R$ 4,8 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Os resultados positivos foram atribuídos ao portfólio variado de negócios, mas também a diluição de participações na transmissora Taesa e na Renova Energia S.A., que teve efeito de R$ 259 milhões no resultado do trimestre. Já o lucro líquido da Cemig Distribuição caiu 43% de julho a setembro, frente a igual período no ano passado, movido por questões como o despacho das térmicas que precisaram ser acionadas devidos ao baixo volume de chuvas, o que será repassado para o consumidor.
CAIXA Principal agente do governo para estimular a concorrência bancária, a Caixa Econômica Federal teve, no terceiro trimestre, o maior crescimento entre os bancos brasileiros nas operações de crédito: 43% em relação ao mesmo período de 2011, enquanto os rivais privados tiveram expansão média de 10%, e o Banco do Brasil, de 20,5%. No entanto, o lucro do banco estatal subiu apenas 5% nessa comparação, somando R$ 1,35 bilhão.