Minas vai ao Vale do Silício, principal polo de desenvolvimento de tecnologia do mundo, na Califórnia, nos Estados Unidos, em busca de mão de obra especializada para integrar a equipe de profissionais da SIX Semicondutores, empresa constituída pelo grupo EBX em parceria com os governos estadual e federal, que terá fábrica em Ribeirão das Neves, na Grande BH. A ideia é repatriar brasileiros que fizeram carreira no exterior para compor a equipe de 300 pessoas contratadas para a empresa, incluindo profissionais formados na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O anúncio oficial do empreendimento, com investimento inicial estimado em R$ 1 bilhão, foi feito ontem na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte. A expectativa é de que até o quarto trimestre do ano que vem a planta inicie as operações, com capacidade diária para produção de 360 wafers (placas de silício usadas na montagem de semicondutores). A unidade terá duas frentes de trabalho: uma voltada especificamente para a confecção de chips personalizados de acordo com as necessidades dos clientes e outra linha voltada especificamente para a medicina. Entre outros, devem ser produzidos chips intracutâneos, com capacidade para medir a pressão arterial em tempo real, e outro para analisar infecções bacterianas em minutos.
Para colaborar no desenvolvimento de tecnologia, a direção da empresa está em contato direto com a UFMG e outras universidades para formação profissional. Segundo o vice-presidente da SIX Semicondutores, Frederico Blumenschein, a universidade mantém disciplinas nos cursos de mestrado voltadas especialmente para semicondutores. Entre os selecionados, 20 engenheiros devem ser mandados para treinamento na planta da IBM, em Burlington, nos Estados Unidos.
A empresa norte-americana é parceira tecnológica da SIX e seus especialistas darão apoio na implantação da fábrica. “O modelo foi escolhido por dois grandes motivos. Primeiro, incubador da tecnologia no país. É com esse modelo que você traz mão de obra qualificada para o Brasil e também é um modelo que permite que a indústria brasileira se beneficie e aumente a sua competitividade”, afirma o executivo, ressaltando ainda a importância para o país se tornar menos dependente da tecnologia estrangeira.
O lançamento da SIX Semicondutores é tido como o primeiro passo para uma mudança de rumo na pauta de produtos mineiros. A ideia é que o estado fique cada vez menos dependente de indústrias como mineração e siderurgia. “A diversificação faz com que Minas não fique exclusivamente refém das indústrias tradicionais. Vamos dar um salto tecnológico de altíssima qualidade”, afirmou o governador Antonio Anastasia, em discurso de lançamento do projeto ao lado do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que considera a chegada da empresa como o ingresso definitivo do estado no século 21. “Os componentes que vão ser fabricados aqui trazem uma característica de inovação muito forte para a nossa indústria. Para Minas é muito importante porque é um estado produtor de minérios e que, agora, está em uma segunda etapa, que é transformar esse minério em subprodutos industriais com características inovadoras”, disse o ministro.
Passo à frente para o estado
Depois de passar pelas décadas da mineração, siderurgia e indústria automotiva, Minas prepara-se para ingressar num patamar de empresas de alto teor de tecnologia. A chegada da SIX Semicondutores e a possibilidade não descartada de a taiwanesa Foxconn também desembarcar no estado devem fazer o estado atrair fornecedores e outras empresas interessadas em participar dos novos polos, a exemplo do que se repetiu com a implantação da Fiat, em Betim.
Segundo o vice-presidente da SIX, Frederico Blumenschein, a tendência é que Ribeirão das Neves e região se tornem um polo industrial de alta tecnologia com a atração de outras empresas do ramo. “Em todos os países que essa indústria se estabeleceu no entorno dela se criou um cluster (conglomerado de empresas voltadas para um mesmo ramo)”, afirma.
O presidente honorário do grupo EBX, Eliezer Batista Silva, cita a Coreia do Sul como exemplo a ser repetido em Minas. Ele afirma que o investimento em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação tornou o país referência no desenvolvimento. “O conhecimento é a base para tudo. Por que não podemos fazer a mesma coisa?”, questiona.
Nesse rumo, o governo mineiro negocia também a vinda de uma empresa de biotecnologia para o estado, além de buscar a fábrica da taiwanesa Foxconn, empresa voltada para a fabricação de telas e componentes para iPad. Sobre essa negociação, o ministro Fernando Pimentel resume que o martelo ainda não foi batido e que “ainda não está finalizado o desenho da empresa. Estamos empenhados para que ela efetive seu plano de vir para o Brasil”. Outra possível fábrica a ser implantada em Ribeirão das Neves é a planta conjunta da Land Rover com a Tata Motors. Apesar de não confirmar informações sobre o estado a ser escolhido, o ministro afirma que Minas pode ser uma das opções. (PRF)
Raio x da empresa
Criada em outubro de 2011, a SIX Semicondutores faz parte SIX Soluções Inteligentes, empresa de tecnologia do grupo EBX. Mas outros acionistas também fazer parte do empreendimento. Entre eles estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assim como o grupo EBX terá 33% de participação e investirá
R$ 245 milhões. O BDMG, com 7,2% das participações, repassará parte dos R$ 267 milhões que serão financiados pelo BNDES. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) financiará outros R$ 202 milhões. O restante das ações é dividido entre IBM, Matec Investimentos e Tecnologia Infinita WS-Intecs.
O anúncio oficial do empreendimento, com investimento inicial estimado em R$ 1 bilhão, foi feito ontem na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte. A expectativa é de que até o quarto trimestre do ano que vem a planta inicie as operações, com capacidade diária para produção de 360 wafers (placas de silício usadas na montagem de semicondutores). A unidade terá duas frentes de trabalho: uma voltada especificamente para a confecção de chips personalizados de acordo com as necessidades dos clientes e outra linha voltada especificamente para a medicina. Entre outros, devem ser produzidos chips intracutâneos, com capacidade para medir a pressão arterial em tempo real, e outro para analisar infecções bacterianas em minutos.
Para colaborar no desenvolvimento de tecnologia, a direção da empresa está em contato direto com a UFMG e outras universidades para formação profissional. Segundo o vice-presidente da SIX Semicondutores, Frederico Blumenschein, a universidade mantém disciplinas nos cursos de mestrado voltadas especialmente para semicondutores. Entre os selecionados, 20 engenheiros devem ser mandados para treinamento na planta da IBM, em Burlington, nos Estados Unidos.
A empresa norte-americana é parceira tecnológica da SIX e seus especialistas darão apoio na implantação da fábrica. “O modelo foi escolhido por dois grandes motivos. Primeiro, incubador da tecnologia no país. É com esse modelo que você traz mão de obra qualificada para o Brasil e também é um modelo que permite que a indústria brasileira se beneficie e aumente a sua competitividade”, afirma o executivo, ressaltando ainda a importância para o país se tornar menos dependente da tecnologia estrangeira.
O lançamento da SIX Semicondutores é tido como o primeiro passo para uma mudança de rumo na pauta de produtos mineiros. A ideia é que o estado fique cada vez menos dependente de indústrias como mineração e siderurgia. “A diversificação faz com que Minas não fique exclusivamente refém das indústrias tradicionais. Vamos dar um salto tecnológico de altíssima qualidade”, afirmou o governador Antonio Anastasia, em discurso de lançamento do projeto ao lado do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que considera a chegada da empresa como o ingresso definitivo do estado no século 21. “Os componentes que vão ser fabricados aqui trazem uma característica de inovação muito forte para a nossa indústria. Para Minas é muito importante porque é um estado produtor de minérios e que, agora, está em uma segunda etapa, que é transformar esse minério em subprodutos industriais com características inovadoras”, disse o ministro.
Passo à frente para o estado
Depois de passar pelas décadas da mineração, siderurgia e indústria automotiva, Minas prepara-se para ingressar num patamar de empresas de alto teor de tecnologia. A chegada da SIX Semicondutores e a possibilidade não descartada de a taiwanesa Foxconn também desembarcar no estado devem fazer o estado atrair fornecedores e outras empresas interessadas em participar dos novos polos, a exemplo do que se repetiu com a implantação da Fiat, em Betim.
Segundo o vice-presidente da SIX, Frederico Blumenschein, a tendência é que Ribeirão das Neves e região se tornem um polo industrial de alta tecnologia com a atração de outras empresas do ramo. “Em todos os países que essa indústria se estabeleceu no entorno dela se criou um cluster (conglomerado de empresas voltadas para um mesmo ramo)”, afirma.
O presidente honorário do grupo EBX, Eliezer Batista Silva, cita a Coreia do Sul como exemplo a ser repetido em Minas. Ele afirma que o investimento em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação tornou o país referência no desenvolvimento. “O conhecimento é a base para tudo. Por que não podemos fazer a mesma coisa?”, questiona.
Nesse rumo, o governo mineiro negocia também a vinda de uma empresa de biotecnologia para o estado, além de buscar a fábrica da taiwanesa Foxconn, empresa voltada para a fabricação de telas e componentes para iPad. Sobre essa negociação, o ministro Fernando Pimentel resume que o martelo ainda não foi batido e que “ainda não está finalizado o desenho da empresa. Estamos empenhados para que ela efetive seu plano de vir para o Brasil”. Outra possível fábrica a ser implantada em Ribeirão das Neves é a planta conjunta da Land Rover com a Tata Motors. Apesar de não confirmar informações sobre o estado a ser escolhido, o ministro afirma que Minas pode ser uma das opções. (PRF)
Raio x da empresa
Criada em outubro de 2011, a SIX Semicondutores faz parte SIX Soluções Inteligentes, empresa de tecnologia do grupo EBX. Mas outros acionistas também fazer parte do empreendimento. Entre eles estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assim como o grupo EBX terá 33% de participação e investirá
R$ 245 milhões. O BDMG, com 7,2% das participações, repassará parte dos R$ 267 milhões que serão financiados pelo BNDES. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) financiará outros R$ 202 milhões. O restante das ações é dividido entre IBM, Matec Investimentos e Tecnologia Infinita WS-Intecs.